O que torna a Vale (VALE3) tão atrativa? Genial eleva preço-alvo e responde
A Vale (VALE3) é uma das principais empresas recomendadas para compor a carteira de ações dos investidores em 2022. A mineradora é a escolha para o setor de metais pela Genial Investimentos e também já apareceu em relatórios da XP Investimentos, Bank of America (BofA), Morgan Stanley, BTG Pactual e outros.
Afinal, o que torna a Vale tão atrativa? Para Gabriel Tinem, analista do setor de mineração da Genial Investimentos, são três os principais motivos que podem responder a essa pergunta:
- Alta qualidade do minério de ferro;
- Forte geração de caixa e baixo nível de endividamento;
- Grande distribuição de dividendos.
Relacionado aos três fatores está o preço do minério de ferro, que também influencia na atratividade da mineradora.
“Em nossa visão, com o preço de longo prazo do minério de ferro em US$ 75/ tonelada, a ação VALE3 ainda possui potencial de alta em relação ao preço atual. Cabe ressaltar que, no momento, a perspectiva para o recurso é boa, com o preço superando a faixa dos US$ 120/tonelada.”
Com isso, os investidores conseguem retornos na forma de mais dividendos e também com a valorização dos papéis da Vale.
A recomendação da Genial é de compra para as ações da Vale, com o preço-alvo de R$ 115,00 – potencial de upside de 33% frente o valor de R$ 86,47, fechamento no dia 20/01.
Dividendos e baixo endividamento
A Vale é uma empresa com capacidade de geração de caixa forte, atrelado principalmente à valorização do preço do minério. Ao longo dos últimos anos, a mineradora gerou altos fluxos de caixa livre, permitindo o pagamento de fortes dividendos, tendo em vista que seu baixo nível de endividamento.
A perspectiva da Genial para os próximos anos continuam positivas, com projeção de dividend yield superior a 8% e 9% em 2022 e 2023, respectivamente. Já os níveis de endividamento (dívida líquida/Ebitda) projetados são de de 0,4x em ambos os anos.
Qualidade do minério de ferro da Vale
Em relatório, a Genial destaca que a Vale possui reservas com minério de altíssima pureza, trazendo uma vantagem natural frente a seus pares por extrair um minério rico em ferro ao mesmo tempo que consegue negociá-lo com prêmio.
Além disso, a busca da China por diminuir sua emissão de poluentes nos próximos anos pode favorecer a Vale, visto a busca da gigante asiática por minério de maior qualidade, tornando o produto altamente demandado.
Baixos custos operacionais e receita em dólar
“Os baixos custos de extração da mineradora, aliado ao amplo sistema logístico da empresa permitem que seus custos operacionais sejam altamente competitivos com os produtos australianos, principais concorrentes”, escreve Tinem.
A Vale possui sistemas de ferrovias que permitem o transporte do minério de ferro a baixos custos e ganhos de margens operacionais. Porém, um dos grandes desafios da mineradora é com relação às despesas de frete, visto a distância Brasil-China em comparação com a distância Austrália-China.
Para contornar a situação, uma das soluções da mineradora é usar navios de grande porte carregados com quantidades grandes de minério destinados à China. Favorecem a empresa sua reputação de entrega de produtos de qualidade e dentro do cronograma.
No mais, a receita da Vale tem a base em dólar, com parte dos custos ainda em real. “Em épocas de desvalorização do real (vs dólar), os resultados da empresa tendem a se esticar ainda mais, sendo uma boa opção defensiva.”
Cotação da Vale nesta terça
Por volta das 11h35 (horário de Brasília), as ações da Vale subiam 1,04% nesta terça, para R$ 84,70, em linha com a alta do minério de ferro em Qingdao, de 3,68%, a US$ 138,39/tonelada.