O nome do próximo CEO da Vale (VALE3), que assumirá em 2025, poderá estar vinculado ao Governo Federal, conforme informações do Estadão.
Segundo a publicação, a condição para que o nome do indicado não tivesse conexão com o governo nem com outros grandes investidores foi retirada no encontro do Conselho de Administração da sexta-feira anterior, dia 8.
Essa determinação teria sido condição imposta por um acionista – o que criou um impasse no colegiado.
Conforme decidido na reunião mais recente que tratou do assunto, o atual CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, seguirá no cargo até o fim deste ano. Em 2025, passará a atuar como advisor da companhia.
Nos primeiros meses de 2025, ele trabalhará na sucessão do seu cargo.
Conforme as informações de bastidores do Estadão, até o dia 30 de junho a Vale deve contratar o headhunter para elaborar uma lista tríplice a ser apreciada pelo Conselho que, por sua vez, irá escolher o novo CEO da Vale.
A seleção da lista tríplice deve ocorrer até o dia 30 de setembro, e a escolha e contratação devem ocorrer até 30 de outubro e 30 de novembro, respectivamente.
Entre os nomes de consultoria visados para elaborarem a lista tríplice estariam: Egon Zehnder, Heidrick & Struggles, Korn Ferry, Russel Reynolds Associates, Spencer Stuart e Hays.
Governo já fez pressão na Vale em passado recente
Ainda no mês de janeiro o Governo Federal exerceu sua pressão no Conselho da Vale por meio da Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) e maior acionista individual.
À época, o nome ventilado era o de Guido Mantega, ministro da Fazenda de gestões petistas anteriores.
Contudo, a mineradora é uma corporation, ou seja, tem seu controle diluído em nenhum de seus acionistas possui uma participação superior a 10%. Essa estrutura impediu uma interferência direta do Governo, que não conseguiu ganhar a queda de braço para emplacar Guido como presidente da Vale.
Posteriormente nomes como o de Paulo Caffareli (ex-CEO da Cielo), Gustavo Pimenta (CFO da Vale), Walter Schalka (CEO da Suzano) e Sergio Rial (ex-CEO do Santander e da Americanas) foram ventilados. Contudo, Eduardo Bartolomeo teve seu mantado estendido por votação no Conselho.
Um dos dois conselheiros que votou contra a recondução, José Luciano Duarte Penido, renunciou recentemente, alegando ‘nefasta influência política’ dentro da companhia e apontando que haveria ‘manipulação’ no processo sucessório da Vale.