A Vale (VALE3) atualizou, na manhã desta quinta-feira (9) suas projeções para desembolso de caixa neste ano. Os itens foram mencionados em um fato relevante.
Para despesas com Brumadinho, em função do desastre do rompimento da barragem na cidade mineira em 2019, a Vale prevê desembolsar entre US$ 2,7 bilhões (R$ 14,3 bilhões) e US$ 3,2 bilhões (R$ 16,96 bilhões).
Esse montante inclui acordos, doações, descaraterização e despesas incorridas.
Vale lembrar que a mineradora concordou em pagar R$ 37,7 bilhões ao governo de Minas no âmbito do acidente, para a recuperação ambiental, obras de infraestrutura e auxílio a moradores de 25 municípios atingidos.
No item de despesas financeiras líquidas, a previsão fica entre US$ 800 milhões (R$ 4,23 bilhões) e US$ 1,1 bilhão (R$ 5,82 bilhões). Já o Capex deve ficar em US$ 5,4 bilhões (R$ 28,58 bilhões).
Impostos e Refis devem atingir entre US$ 3,8 bilhões (R$ 20,11 bilhões) e US$ 4,2 bilhões (R$ 22,23 bilhões).
Outros itens, como capital de giro, derivativos e dividendos pagos a não controladores, devem girar entre US$ 600 milhões (R$ 3,17 bilhões) e US$ 900 milhões (R$ 4,76 bilhões).
A empresa disse que as informações representam uma “mera estimativa, dados hipotéticos que de forma alguma constituem promessa de desempenho por parte da Vale e/ou de seus administradores”.
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A Vale informou, na última quarta-feira (8), que manterá a ação judicial e a cobrança mensal da hidrelétrica Risoleta Neves, que não entrega energia desde 2015.
A decisão ocorre após a mineradora sinalizar que iria dar fim à disputa judicial que trava com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A mineradora já recebeu mais de R$ 500 milhões desde novembro de 2015, por uma geração de energia que nunca entregou a partir das turbinas de sua hidrelétrica Risoleta Neves, na região de Mariana (MG), porque a usina foi destruída na tragédia da Samarco na cidade. A usina tem a própria Vale como sócia.
A hidrelétrica Risoleta Neves pertence ao consórcio Candonga, do qual a Vale é dona de 77,5% e a Cemig (CMIG4), de 22,5%.
A paralisação da hidrelétrica levou a Aneel a pedir a suspensão dos pagamentos para a usina Risoleta Neves, já que esta não poderia gerar mais energia.
A Vale, no entanto, não só recorreu do processo administrativo da agência, como entrou na Justiça e conseguiu uma decisão que mantém, até hoje, o pagamento ao consórcio Candonga, para que continue a receber normalmente.