A Vale (VALE3) acaba de estrear no mercado de crédito de carbono. A companhia anunciou hoje (18) que fechou a compra de 133 mil créditos de carbono florestais de alta integridade — equivalente à proteção de 50 mil hectares de floresta — de uma fazenda no Pará.
A aquisição da mineradora foi feita junto ao Grupo Algar, que mantém, no Pará, uma fazenda com área maior que o município de São Paulo. Os 133 mil créditos equivalem a 133 mil toneladas de carbono não emitido, que, neste mês, está cotado entre US$ 10 e US$ 15 a tonelada nos mercados voluntários e 80 euros a tonelada no mercado regulado.
A meta da Vale ao comprar créditos de carbono é recuperar e proteger mais 500 mil hectares de floresta até 2030. Pelos termos do acordo com a Algar, a compra de 133 mil créditos foi feita ainda em 2022. A operação se dá por meio do Fundo Vale e da Algar Farming.
Projeto REDD+
É a primeira vez que a Vale adere a um projeto REDD+ (Reducing Emissions from Deforestation and Forest Degradation ou Redução de Emissões do Desmatamento e da Degradação de Florestas). O mecanismo serve para recompensar empresas e países que mantenham estoque de carbono por meio de manejo de florestas ou que reduzam emissões derivadas de desmatamento.
Atualmente, a Vale ajuda a proteger um milhão de hectares, sendo 800 mil na Amazônia. Em dois anos, a mineradora desenvolveu cinco negócios e startups, totalizando mais de 7 mil hectares de plantio, e firmou contrato com sete unidades de conservação, que somam cerca de 115 mil hectares.
Benefício para quem vive da floresta
A partir desta primeira experiência com o projeto REDD+ da Algar, o plano é usar o Fundo Vale para fomentar outras iniciativas do gênero e, ao mesmo tempo, apoiar o desenvolvimento de cadeias e comunidades – a região tem cinco, inclusive uma quilombola.
“O Fundo pretende apoiar o crescimento do mercado de carbono a preço justo que seja atraente ao consumidor, justo com o desenvolvedor, mas, sobretudo, que o benefício do carbono seja revertido para quem vive da floresta e ajuda a protegê-la, o que chamamos de Carbono de Impacto”, explica o gerente de Participações do Fundo Vale, Gustavo Luz.
Cotação da Vale
Nesta quarta-feira, as ações da Vale fecharam em alta de 1,31%, com papéis cotados a R$ 93,34. No acumulado dos últimos 12 meses, os ativos da mineradora tiveram uma valorização de 15,56%.
Com informações do Estadão Conteúdo