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Vale (VALE3) teve prévia neutra, dizem especialistas; veja análise

Vale (VALE3)

Vale (VALE3). Foto: Agência Vale

Na noite desta terça-feira (28), a Vale (VALE3) divulgou sua prévia operacional referente ao quarto trimestre de 2024 e, de acordo com casas de análise, os números foram neutros.

A VALE3 registrou uma queda de 10% nas vendas de minério de ferro na comparação anual, totalizando 81,2 milhões de toneladas (Mt). A produção, por sua vez, foi de 85,3 Mt, uma retração de 5% na mesma base de comparação.

Os números ficaram próximos das estimativas do mercado, mas, segundo as análises, reforçam a estratégia da mineradora de priorizar valor sobre volume, retirando do mercado produtos com alto teor de sílica para proteger sua precificação.

Estratégia comercial e impacto nos preços

De acordo com os relatórios do BTG Pactual e do Itaú BBA, a estratégia da Vale de reduzir a comercialização de produtos com alto teor de sílica resultou em um prêmio de qualidade mais elevado. No 4T24, o prêmio all-in subiu para US$ 4,6/t, ante US$ 1,7/t no trimestre anterior.

O preço realizado do minério de ferro ficou em US$ 93,0/t, um aumento de 3% na comparação trimestral, mas uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Cobre em alta, níquel em baixa

No segmento de metais básicos da Vale, a produção de cobre avançou 3% na comparação anual, atingindo 101,8 mil toneladas, impulsionada por um desempenho melhor em Salobo e no Canadá. O preço médio realizado do metal ficou em US$ 9.187/t, 2% superior ao trimestre anterior.

Já o níquel teve um desempenho mais fraco, com queda de 2% nas vendas na comparação anual, chegando a 47,1 mil toneladas. O preço médio do níquel caiu 5% no trimestre, refletindo o movimento dos preços na London Metal Exchange (LME).

Perspectivas e avaliação

O Itaú BBA destacou que a prévia da Vale ficou dentro do esperado. Os analistas mantiveram a projeção de EBITDA de US$ 3,87 bilhões para o trimestre, representando uma queda de 43% na comparação anual.

A casa reforçou que a empresa segue focada em otimização de portfólio e ganhos de qualidade e manteve recomendação outperform (compra) para as ações da Vale, com preço-alvo de US$ 12 para os ADRS negociados em Nova York.

Já o BTG Pactual manteve recomendação neutra para as ações VALE3, citando a ausência de catalisadores que impulsionem a valorização do papel no curto prazo.

A casa avalia que 2025 será um ano de transição para a Vale, com desafios como o cenário macroeconômico incerto na China e a volatilidade nos preços do minério de ferro. Além disso, os dividendos da companhia, na faixa de 7% a 8%, são considerados pouco atraentes frente a outras oportunidades no setor.

A Vale (VALE3) encerrou a sessão desta terça-feira (28) em queda de 2,43% a R$ 52,66, com os investidores repercutindo um relatório do Citi com perspectivas negativas para o minério de ferro.

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