O conselho de administração da Vale (VALE3) voltará a se reunir nos próximos dias em busca de uma definição sobre o processo de sucessão ou renovação de seu presidente, Eduardo Bartolomeo. O colegiado reuniu-se de forma extraordinária na quinta-feira (15) para debater o assunto, mas não chegou a uma conclusão.
Em comunicado enviado à imprensa, a Vale disse que as informações foram passadas pelo presidente do colegiado da mineradora, Daniel Stieler.
Segundo apuração do Valor Econômico, houve um empate na votação do conselho da administração da Vale. O grupo é formado por 13 integrantes, sendo 12 eleitos em assembleia de acionistas e um representante pelos empregados.
Na pauta, havia a opção de reconduzir o atual CEO da Vale ou de abrir processo competitivo para selecionar um executivo a partir de uma lista, incluindo Bartolomeo. Esse trabalho seria feito por uma empresa especializada em recrutamento de executivos, diz o jornal.
O Valor apurou ainda que a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) e a Bradespar (BRAP4), empresa de participações do Bradesco, votaram favoráveis à abertura de um processo competitivo. Já a Cosan (CSAN3), do empresário Rubens Ometto e que tendia a apoiar a recomendação de Bartolomeo, se absteve de votar.
Vale (VALE3) deve seguir BHP e elevar provisões para a Samarco, diz Itaú BBA
A BHP anunciou nesta quinta-feira (15) que aumentará sua provisão para o rompimento da barragem da Samarco – joint venture entre a mineradora australiana e a Vale (VALE3) – em US$ 3,2 bilhões (depois de impostos) em seu relatório de resultados, que será publicado no próximo dia 20 de fevereiro.
Isso elevará o montante total das provisões para US$ 6,5 bilhões (a partir do ano 2023).
De acordo com a BHP, o valor servirá para cobrir os custos de resolução de todos os aspectos, tanto da reivindicação do Ministério Público Federal quanto das obrigações do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
O acordo abrange, portanto, não apenas os 42 programas ambientais e socioeconômicos que visam mitigar os impactos do rompimento da barragem, mas também os R$ 155 bilhões (US$ 32 bilhões) para reparação, indenização e danos morais que o Ministério Público pediu à BHP, Vale e Samarco.
Em relatório, o Itaú BBA acredita que as provisões extras provavelmente serão feitas pela Vale e que um montante de US$ 3,5 bilhões está dentro das expectativas.
Pelo cálculo dos analistas do banco, a Vale precisaria fazer um investimento adicional de US$ 3,5 a 3,6 bilhões em provisões para igualar os US$ 6,5 bilhões que a BHP reportará para o ano de 2023.
“Observamos que as potenciais provisões adicionais representam aproximadamente 6% do valor de mercado e, portanto, significativas do ponto de vista do valuation”.
O banco acredita que os investidores já estavam contabilizando as provisões adicionais da Vale, totalizando US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões, e por isso, não espera que o montante seja uma surpresa, embora existam questões importantes quanto ao valor final a ser desembolsado por cada empresa, como:
- Escopo e custo dos programas;
- Resultados potenciais de recursos e acordos;
- Capacidade da Samarco de financiar diretamente as obrigações: o Itaú BBA acredita que chegar a um acordo com o governo resolveria um overhang (excesso de ações no mercado que levam à pressão de preços) para a empresa, o que poderia ser lido como positivo para o médio prazo.
O Itaú BBA tem recomendação ‘outperform’, equivalente a compra, para as ações da Vale, com preço-alvo a US$ 18.
Desempenho das ações da Vale
No fechamento de quinta-feira (15), as ações da Vale caíram 0,40%, cotadas a R$ 65,46. No ano, os papéis caem 15,04%, segundo o Status Invest.
Cotação VALE3