Vale (VALE3) tem potencial de subir 50,7% e BTG Pactual reitera compra
O banco BTG Pactual digital reforçou nesta semana a compra de ações da mineradora brasileira Vale (VALE3), e atribuiu potencial de subir até 50,7%, ao preço alvo de R$ 115.
Segundo o banco, “para além da volatilidade de curto prazo“, a empresa tem a seu favor uma baixa taxa de alavancagem, inferior a 1 (o que significa que o uso de dinheiro emprestado é inferior aos fundos próprios de investimento), dívida líquida inferior aos lucros da companhia, bem como a indicação de “retornos de caixa consideráveis à frente”.
O relatório também destaca que, apesar das dificuldades no mercado imobiliário chinês, que responde por boa parte da demanda de aço no mundo, a empresa tem estabilidade operacional, após dificuldades em 2021, e demonstra aumentar a produção de minério de ferro, cortar custos e reforçar a agenda ESG.
Ainda que o preço do minério de ferro fique abaixo de US$ 90/ton, a expectativa é que a empresa pague mais de 10% de dividendos em 2022.
Este cenário favorece a recompra de ações no momento, o que pode ajudar a elevar o preço dos papeis.
Vale descarta extremos: sem superciclo do minério de ferro, nem pouso forçado
Apesar do excesso de oferta nos mercados de minério de ferro e os estoques portuários na China aumentando, o relatório destaca que a Vale projeta uma desaceleração da produção de aço bruto na China acima da expectativa de outros agentes do mercado.
“Há uma recuperação à vista com a administração esperando um ponto de inflexão a partir do 2T22 (pós-Jogos Olímpicos de Pequim), o que consideramos tranquilizador para a tese”, afirma o banco.
‘Investidores estão atribuindo pouco ou nenhum valor à unidade de metais básicos’
Outro ponto destacado pelo documento é que há pouco valor atribuído à unidade da Vale que produz metais básicos, como cobre, níquel, prata e ouro. Segundo o banco, esta unidade poderia render um lucro, se descontados impostos, juros e outros encargos, próximo aos US$ 5 bilhões (R$ 27,9 bilhões).
O resultado levaria a divisão a uma avaliação de valor de mercado superior a US$ 30 bilhões (R$ 167,3 bilhões), ou metade do que é a Vale hoje.
Apesar dos problemas recentes na área ESG, o banco entende que, com a reparação da barragem de Brumadinho bem encaminhada, “a administração está altamente comprometida em continuar investindo na descaracterização de suas barragens a montante no longo prazo”.
“As três barragens de rejeitos a montante que estão atualmente classificadas no Nível 3 (maior risco de liquefação) devem ser descomissionadas até 2025, o que consideramos um evento importante para alguns investidores retornarem ao caso”, reforça o BTG sobre a Vale.