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O que esperar da Vale (VALE3) com o novo CEO? Veja oportunidades e desafios

Gustavo Pimenta, CFO da Vale. Foto: Reprodução/Linkedin.

Gustavo Pimenta, CEO da Vale. Foto: Reprodução/Linkedin.

A Vale (VALE3) organizou uma mesa redonda com seu novo CEO, Gustavo Pimenta, e em relatórios, Itaú BBA e Goldman Sachs destacaram quais são as principais oportunidades e desafios que o presidente terá. Confira os pontos destacados pelas casas a seguir.

O Goldman Sachs afirma que não há grandes mudanças estratégicas previstas, e que a perspectiva é positiva para avanços operacionais e institucionais.

A nova gestão da Vale, diz a casa, pode melhorar o relacionamento com o governo, aliviando preocupações dos investidores e ajudando em questões como o acordo final da Samarco e a renovação de concessões ferroviárias.

No lado operacional, a Vale foca em três áreas principais: desenvolvimento de projetos (Vargem Grande, Capanema e S11D), eficiência operacional e possíveis mudanças regulatórias que beneficiem a exploração de cavernas.

Espera-se que a produção de minério de ferro aumente para 350 milhões de toneladas por ano, com custos caindo para um patamar abaixo de US$ 50/tonelada. Na divisão de metais básicos, o foco é aumentar a produção de cobre para 500 ktpa até 2028, melhorando também a eficiência no Canadá e no Brasil.

Financeiramente, a empresa mantém sua meta de dívida líquida entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões, mas poderá revisar essa meta conforme as incertezas de fluxo de caixa forem resolvidas. Não há grandes aquisições previstas, mas há potencial para negócios estratégicos, como o acordo recente com a Anglo sobre o ativo Minas Rio.

A Vale espera resolver em breve o acordo final da Samarco com o governo, o que deve reduzir um dos principais obstáculos para os investidores. A empresa também monitora o cenário macroeconômico, especialmente a demanda e oferta global de minério de ferro, destacando o projeto Simandou, que pode compensar parte da queda global de 400 mtpa esperada até o final da década.

Em termos de avaliação, o relatório mantém uma recomendação de compra para as ações da Vale (VALE3), com um preço-alvo de US$ 15,9 para as ADRs. Entre os riscos para a teses estão uma possível desaceleração da China, variações cambiais desfavoráveis, desafios no mercado de metais básicos e questões legais envolvendo a Samarco.

O Itaú BBA, por sua vez, afirma que Gustavo Pimenta, novo CEO da Vale, está comprometido em acelerar a execução da estratégia de longo prazo da empresa, priorizando quatro áreas principais: crescimento dos volumes com mitigação de riscos, melhorias operacionais nos metais básicos, redução de custos e eficiência, e eliminação de problemas de curto prazo.

Principais pontos citados pelo BBA:

  1. Minério de Ferro: A Vale busca crescimento de volumes e melhoria da qualidade de seus produtos, com foco nos projetos de Vargem Grande, Capanema e S11D. A empresa pretende substituir volumes de menor qualidade por produtos de maior valor, aumentando a lucratividade.
  2. Metais para a Transição Energética: A Vale vê os metais básicos, especialmente o cobre, como estratégicos e pretende expandir a produção para 500 kt/ano até 2028. Projetos como o “Salobo 3.5” são exemplos de iniciativas promissoras.
  3. Redução de Custos e Eficiência: A gestão visa diminuir o custo operacional C1 para menos de US$ 20/tonelada, em comparação aos US$ 24,9/t do segundo trimestre de 2024. Isso será possível com o aumento da produtividade e a adaptação ao ambiente mais restritivo desde o rompimento de Brumadinho.
  4. Eliminação de Problemas de Curto Prazo: Pimenta está diretamente envolvido na melhoria do relacionamento institucional da Vale, especialmente com o governo. Um acordo de reassentamento para Samarco está próximo de ser assinado, o que pode reduzir incertezas para investidores.

Desafios de Longo Prazo:

A gestão da Vale reconhece que a indústria de minério de ferro enfrenta um processo de esgotamento de aproximadamente 400 milhões de toneladas até o final da década. Apesar disso, o projeto Simandou pode gerar um excesso de oferta no mercado. A VALE3 está apostando na estratégia de “aglomerados” para capturar oportunidades nesse segmento de alta qualidade.

Alocação de Capital e Parcerias:

A Vale continua comprometida com seus projetos de expansão, mas está aberta a parcerias e aquisições estratégicas, como o recente acordo com a Anglo American. Além disso, resolver questões de curto prazo pode permitir uma reavaliação das diretrizes de endividamento da empresa.

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