À procura de um acordo sobre o acidente de Brumadinho, a Vale (VALE3) terá novas reuniões com o governo de Minas Gerais. As partes estudam um valor para a reparação dos dados causados pelo desastre, que completará dois anos no dia 25 de janeiro.
A reunião realizada entre a Vale e os representantes do governo de Minas na última quinta-feira (7) terminou sem um acordo, mas “parte dos temas que estavam pendentes” foi superada, segundo o secretário-geral da administração estadual, Mateus Simões, em declaração a jornalistas.
Foram marcadas trocas de documentos para a próxima segunda-feira (11), e novos encontros nos três dias subsequentes. Segundo Simões, o acordo trata de danos gerais sofridos pelo estado.“Efetivamente esperamos sair da quinta-feira com o texto definitivo desse acordo para a gente começar a discutir valores”, disse o secretário.
“Não é possível se imaginar que vamos chegar aos dois anos de rompimento da barragem ainda discutindo possível acordo. Então, para todos aqui, está muito claro que temos um limite de prazo se aproximando”, pontuou Simões.
O secretário disse que caso não seja possível encontrar um acordo, o estado de Minas passará a aguardar uma decisão judicial para que “o sofrimento social” não seja prolongado. O governo do estado pede R$ 54 bilhões por danos materiais e morais relacionados aos cerca de 270 mortos, moradores e trabalhadores de Brumadinho.
Antes do encontro, Simões havia dito à Reuters que as conversas sobre o montante reparador deveriam ter o valor de R$ 28 bilhões como piso.
“Se chegarmos ao valor considerado necessário, mínimo para indenizar, ressarcir os danos sofridos pela sociedade, nós temos certeza que a implementação dessa solução vai ser rápida, urgente, de forma a garantir o mínimo de recomposição da situação que era”, disse o secretário.
Com minério em alta, Vale renova máximas históricas
Com a alta do preço do minério de ferro, negociado na Bolsa de Dalian, na China, as ações da Vale tem renovado máximas históricas nos últimos dias.
Os papéis da mineradora encerraram o pregão na última quinta-feira negociadas a R$ 102,32. Somente neste mês, em quatro pregões, as ações já subiram 17%. O minério de ferro voltou a subir neste pregão, cotado a 1.067,50 iuanes por tonelada, equivalente a US$ 165,14 — há um ano ele era negociado a cerca de US$ 60.
As ações da empresa subiram 64% em 2020, puxando o Ibovespa, que encerrou em alta de pouco mais de 2%. A participação da Vale no maior índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é de 12,01%.
O pregão desta sexta, no entanto, é de realização de lucros. Por volta das 10h54, os papéis da Vale caíam 2,78%, para R$ 99,45, liderando as baixas do índice — que mesmo assim opera em alta e negocia acima dos 123 mil pontos.