A Vale (VALE3) informou nesta segunda-feira (5) que o Ministério Público Federal arquivou a acusação feita a seus executivos, após uma investigação ser aberta no dia 26 por conta de uma notícia-crime promovida pelo Beny Steinmetz Group Resources (BSGR) em outubro do ano passado.
O arquivamento foi feito apenas dois dias após a abertura das investigações. O Ministério Público afirmou que o requerimento movido contra a Vale era “incomodamente inespecífico” e que os documentos apresentados não indicavam a ocorrência do crime de corrupção ativa ou de tráfico de influência internacional, como apontado pela BSGR.
“A Vale entende que a decisão do Ministério Público Federal corrobora a lisura e probidade de sua atuação no mercado e segue convicta de que as autoridades brasileiras reconhecerão que o evidente objetivo do Sr. Steinmetz é desviar foco dos processos de execução de US$ 2 bilhões movidos pela Vale contra ele e suas empresas”, afirma a mineradora no documento.
Entenda o caso da Vale e da BSGR
Segundo as acusações da israelense BSGR, executivos da Vale teriam ciência de que a joint venture formada pela duas companhias em 2010 para explorar minério de ferro na mina africana de Simandou, a maior jazida inexplorada do mundo, havia recorrido ao suborno para conseguir o direito à exploração desta.
A Vale afirma que saiu do negócio após descobrir que os direitos haviam sido conseguidos através de fraude – o suborno do então ditador da Guiné, Lansana Conté, morto há mais de dez anos.
A quebra da joint venture formada pela BSGR e pela Vale foi parar em tribunais internacionais, onde a empresa brasileira foi inocentada e a BSGR condenada a ressarci-la.
Em resposta à abertura das investigações, a Vale afirmou que a Beny Steinmetz contou versões contraditórias no tribunal internacional e à justiça brasileira. Lá fora, a companhia israelense afirmava não haver fraudes nos negócios. No Brasil, a história foi que que os executivos da mineradora brasileira tinham ciência das irregularidades.
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