As ações da Vale (VALE3) subiram nesta segunda-feira (24), assim como as demais mineradoras e siderúrgicas, impulsionadas pela alta do minério de ferro e do petróleo no exterior, que acabaram puxando as empresas do setor para cima.
No fechamento, as ações da Vale avançaram 3,2%, ao preço de R$ 69,85, assim como as ações de mineradoras e siderúrgicas avançavam. Confira:
- Usiminas (USIM5): alta de 2,51%, aos R$ 7,35;
- Gerdau (GGBR4): alta de 2,94%, aos R$ 28,02;
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): alta de 2,89%, aos R$ 13,18;
- CSN (CSNA3): alta de 2,59%, aos R$ 13,05;
- CSN Mineração (CMIN3): alta de 4,10%, aos R$ 4,32;
“Lá fora, a alta do minério de ferro puxaram as empresas do setor para cima. O mercado também está na expectativa de medidas de estímulo por parte da China, que podem ser anunciados em breve. O Politburo, órgão decisório da China, mostrou acreditar na retomada do crescimento chinês e prometeu medidas para auxiliar na retomada. Com isso, outros papeis do setor de empresas como CSN, Gerdau e Usiminas também sobem”, comentou Fabio Louzada, economista, analista CNPI e fundador da Eu me banco.
Vale muda estratégia e tem novas apostas na questão energética; Veja quais
A Vale está mudando sua estratégia e está com novas apostas nas questões tecnológica e energética, referente aos caminhões e trens que transportam seu minério de ferro, conforme apuração feita Estadão/Broadcast.
No lugar da eletrificação do transporte do minério de ferro, a Vale pretende aderir nos próximos anos ao uso de combustíveis renováveis em seus veículos de carga.
O Estadão/Broadcast aponta que a pretensão da Vale é dar preferência para combustíveis como etanol, diesel verde (HVO) e amônia verde, por exemplo.
No entanto, essa alteração na estratégia da Vale não gerou mudanças em sua meta de diminuição de emissão de carbono, que é 33% até o ano de 2030 para os escopos 1 (transporte) e 2 (energia da operação).
Além disso, para esses mesmos escopos, a expectativa da Vale é zerar suas emissões de carbono até o ano de 2050. As mudanças de estratégia na questão energética e tecnológica buscam viabilidade financeira e estrutural ao seu processo de descarbonização.
Eletrificação do transporte do minério de ferro será totalmente deixado pela Vale?
Apesar dessas pretensões da Vale para o futuro, a eletrificação do transporte do minério de ferro vai apenas ficar em segundo e, portanto, não seria totalmente descartado pela empresa em seu processo operacional.
A diretora de Energia e Descarbonização, Ludmila Nascimento, explicou ao Estadão/Broadcast que a eletrificação terá um papel auxiliar, usada de forma mais restritiva para transportar a commodity de algumas minas, reduzindo a carga.
Além de viabilizar o processo de descarbonização, o uso de combustíveis renováveis poderia tornar os transportes mais eficientes, visto que ainda existem alguns fatores limitantes em relação à tecnologia e infraestrutura usada pela Vale para alcançar alguns locais de atuação da empresa.
Nesse sentido, a Vale fez recentemente a encomenda de 3 locomotivas elétricas da Wabtec Corporation, com objetivo de utilizá-las na Estrada de Ferro Carajás (EFC). Nessa estrada, atua o maior trem de transporte de minério de ferro do mundo, atualmente composto por 330 vagões, levando cerca de 45 mil toneladas da commodity.
A diretora explica que a Vale trabalha atualmente com várias soluções ao mesmo tempo, mas que a amônia seria a “maior aposta para as locomotivas”.
Durante um evento realizado pelo consulado do Reino Unido em junho, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, o gerente de desenvolvimento de tecnologia da Vale, Alexandre Alves, fez uma fala em linha com essa nova estratégia da mineradora.
“Se temos uma certeza na Vale hoje, é que a solução baseada em eletrificação em baterias não vai passar de caminhões de 100 toneladas. É muito improvável que vá alcançar 320, 400 toneladas de payload”, disse Alves.