As ações da Vale (VALE3) fecharam em queda no Ibovespa nesta sexta-feira (28), assim como as demais mineradoras e siderúrgicas, pressionadas por preocupações com limites de produção de aço na China, além da falta de atualizações sobre estímulos à economia do país. Os resultados da Vale e da Usiminas (USIM5) no 2T23, que tiveram forte queda no lucro trimestral, também impactaram as ações. A única do setor que avançou foi a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que virou para leve alta no fechamento.
No fechamento, as ações da Vale caíram 3,92%, ao preço de R$ 67,66, em linha com as ações de mineradoras e siderúrgicas. Confira:
- Usiminas (USIM5): queda de 5,34%, aos R$ 7,09;
- Gerdau (GGBR4): queda de 0,35%, aos R$ 28,38;
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): alta de 0,15%, aos R$ 13,43;
- CSN (CSNA3): queda de 2,18%, aos R$ 13,46;
- CSN Mineração (CMIN3): queda de 1,15%, aos R$ 4,29;
Entenda movimento das mineradoras no Ibovespa hoje
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura caíram nesta sexta-feira, pressionados por preocupações com limites de produção de aço iminentes e crescente impaciência com a falta de atualizações sobre estímulos da China, segundo informações divulgadas pela Reuters.
Na bolsa de Cingapura, o minério de ferro referência em setembro caiu 2,34%, para US$ 107,20 a tonelada. Já na Dalian Commodity Exchange da China, o contrato do minério de ferro mais negociado para setembro terminou as negociações diurnas em queda de 2,68% – assim, a tonelada chegou ao preço de US$ 116,60.
Segundo pesquisa da consultoria Mysteel, divulgada pela agência de notícias, a taxa de utilização da capacidade de altos-fornos entre 247 siderúrgicas chinesas tiveram a terceira queda semanal consecutiva entre os dias 21 e 27 de julho, uma vez que produtores de aço em todo o país reduziram ainda mais sua produção por solicitação das autoridades locais.
Assim, refletindo a queda na demanda por aço, as principais mineradoras de minério de ferro relataram queda nos lucros esta semana.
“No caso do resultado de Usiminas, era esperado que seria ruim, mas veio mais fraco do que o esperado, com um aumento da alavancagem e principalmente por conta do adiamento da retomada de operação do alto-forno 3, evento esperado e que foi postergado em alguns meses frente ao prazo inicial. Isso também está fazendo preço também na ação da empresa”, disse Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed.
“No caso da Vale, tivemos um resultado misto no segundo trimestre, mas em geral, com números abaixo do esperado. Apesar da prévia ter vindo boa, tivemos pressão de custos, o que jogou os resultados para baixo”, acrescentou o analista.
Usiminas: lucro anual despenca 73% no 2T23, para R$ 287 milhões
A Usiminas anotou um lucro líquido de R$ 287 milhões no acumulado do segundo trimestre de 2023 (2T23), representando uma queda de 73% ante igual etapa do ano anterior.
O lucro bruto da Usiminas foi de R$ 582,4 milhões, representando uma baixa de 73% na comparação com igual etapa do ano anterior. A margem bruta, por sua vez, foi de 8,5%, representando uma queda de 17,2 pontos percentuais.
A receita líquida da Usiminas foi de R$ 6,887 bilhões no trimestre, representando baixa de 19% na base anual.
Vale: lucro recua 78% no 2T23, com queda do minério de ferro
A Vale reportou lucro líquido de US$ 892 milhões no segundo trimestre, valor que representa uma queda de 78% em um ano, se comparado aos US$ 4,093 bilhões registrados no mesmo período de 2022. O resultado reflete os preços menores do minério de ferro no mercado internacional.
Em seu documento de demonstrações financeiras, a Vale também culpou a maior apreciação do real diante do dólar no período, somado aos preços menores do minério de ferro e do níquel e algumas provisões tributárias.
A queda de patamar dos preços provocou baixa de US$ 1,34 bilhão somente no lucro da Vale no 2T23.