Vale (VALE3): mercado espera lucro forte e dividendos ainda maiores no 4T23

Com o resultado previsto para ser divulgado nesta quinta-feira (22), depois do fechamento, o mercado espera que o 4T23 da Vale (VALE3) traga uma alta geração de caixa para o período, o que deve ser liberado em forma de dividendos, segundo analistas.

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No terceiro trimestre de 2023, a Vale (VALE3) reportou um lucro líquido de US$ 2,836 bilhões, valor 36,3% inferior ao anotado no mesmo período de 2022 e 217% acima do lucro obtido no segundo trimestre de 2023.

Em relatório, a Genial Investimentos acredita que a Vale se encaixa como uma oportunidade, com o relatório de produção de vendas indicando a probabilidade alta de bons números a serem reportados nesta quinta (22). 

“Entretanto, observamos durante um período considerável dos últimos meses as ações sofrendo com rumores políticos e externos que acabam movimentando imprecisamente o mercado, muitas vezes em reação de pânico e não pautada em fundamentos”, escrevem os analistas Igor Guedes e Lucas Bonventi.

Segundo a Genial, a companhia reportou números robustos para produção e vendas e, mesmo com um volume de embarques menor em finos comparado à expectativa da casa, o preço acima das estimativas compensou. “Desta forma, esperamos que o 4T23 traga uma alta geração de caixa para o período, que acreditamos que deve ser liberado em forma de remuneração aos acionistas”, acrescentam.

A Genial projeta um lucro líquido de US$ 4,28 bilhões para a Vale no quarto trimestre, com alta de 14,5% na base anual e de 49,1% em comparação com o 3T23.

Já a receita líquida da Vale deve ser de US$ 13,3 bilhões, 11,2% acima da registrada no 4T22 e 25,4% superior ao reportado no 3T23. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Vale deve ficar em US$ 5,60 bilhões, alta de 49,5% na base anual e de 64,6% na base trimestral.

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Divisão de ferrosos deve ajudar Vale no 4T23, segundo Itaú BBA

Para o Itaú BBA, a Vale provavelmente reportará uma melhoria sequencial nos resultados do 4T23, ajudada pelo desempenho mais forte na divisão de ferrosos, que deve mais do que compensar os resultados mais fracos no segmento de metais básicos.

A casa estima um lucro líquido de US$ 4,211 bilhões no 4T23, alta de 48,5% na comparação trimestral e de 13,1% base anual. Já a receita líquida da mineradora deve ser de US$ 13,1 bilhões, aumento de 23,5% na comparação trimestral e de 9,8% na anual.

O Itaú BBA projeta, também, um Ebitda consolidado de US$ 6,5 bilhões, aumento de 45% na base sequencial e de 30% na comparação anual. 

Estamos otimistas de que o pior já passou, diz BTG sobre Vale

De um modo geral, após a divulgação do relatório de produção do 4T23 da Vale, o BTG disse estar ‘razoavelmente confiante’ em sua previsão de Ebitda de US$ 6,5 bilhões (ou R$ 30,0 bilhões), que acredita ainda não estar precificada pelo mercado, “potencialmente devido ao ruído recente”. 

“Embora não exista uma solução mágica de curto prazo para impulsionar volumes na frente operacional, estamos otimistas de que o pior já passou. Além disso, temos uma visão mais otimista sobre as preocupações recentes”, pontuam os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.

A casa prevê uma melhoria no ambiente operacional para a Vale em 2024, com os mercados de minério de ferro caminhando para mais um ano de déficits e contínuas rodadas de revisões para cima de lucros. 

O BTG também está mais confiante de que o baixo desempenho operacional da empresa ficou para trás e que a produção/expedição, além do desempenho de custos, devem continuar a melhorar no futuro.

“Acreditamos que há muito pouca autoajuda precificada em ações neste momento. A Vale também continua sendo um dos nossos nomes preferidos para exposição à reaceleração da economia chinesa, à medida que o governo se esforça para atingir potencialmente uma meta de crescimento de aproximadamente 5% para o próximo ano”, ressalta.

Para o quarto trimestre, segundo o BTG (que calcula os dados da mineradora em reais), o lucro líquido da Vale deve chegar a R$ 18,9 bilhões. No mesmo período do ano passado, a mineradora havia registrado US$ 3,724 bilhões no indicador (cerca de R$ 18,3 bilhões).

Além disso, para o quarto trimestre deste ano, o BTG projeta que a receita líquida da Vale chegue a R$ 64,0 bilhões. No mesmo período do ano passado, a Vale havia registrado US$ 11,941 bilhões no indicador (cerca de R$ 58,8 bilhões).

Melhores preços do minério de ferro devem ajudar a Vale em 2024, diz Goldman Sachs

Também em relatório, o Goldman Sachs (GSGI34) pontua que o principal condutor de um número mais forte no quarto trimestre da Vale está relacionado a melhores preços provisórios do minério de ferro, bem como melhores volumes de vendas de metais básicos.

O banco segue otimista com a companhia em 2024, puxado por um mercado de minério de ferro equilibrado, impulso operacional positivo, exposição relativamente baixa dos investidores, além de avaliação atrativa.

Ainda no texto, o Goldman Sachs observou alguns gatilhos específicos da empresa que podem levar à melhoria/reclassificação operacional, incluindo a conclusão do programa de segurança de barragens (até o final de 2025) e o acordo final relacionado ao acidente da Samarco (potencialmente no primeiro semestre de 2024).

Vale (VALE3): produção de minério de ferro sobe 10,6% no 4T23, para 89,3 milhões de toneladas  

A produção de minério de ferro da Vale subiu 10,6% no quarto trimestre de 2023 na comparação com o mesmo período do ano anterior, para 89,3 milhões de toneladas, de acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na comparação com o trimestre anterior, a produção de minério cresceu 3,7%.

No ano passado, a produção da Vale alcançou 321,15 milhões de toneladas, acima da projeção da mineradora, que estimava 315 milhões de toneladas. Segundo a Vale, esse resultado no 4T23 pode ser explicado pelas iniciativas contínuas para melhorar a confiabilidade no S11D, além do sólido desempenho nos complexos de Itabira e Vargem Grande e das maiores compras de terceiros.

“O desempenho da Vale no quarto trimestre foi marcado por produção e vendas sólidas em todos os negócios. Em dezembro, a produção mensal de minério de ferro foi a maior desde 2018”, disse a Vale em relatório depositado nesta segunda-feira, 29, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Em pelotas, um dos maiores ativos da companhia, a produção registrou alta de 19,2% no período, para 9,85 milhões de toneladas, devido, principalmente, ao início da produção de briquetes, que começou no quarto trimestre de 2023, um passo importante na estratégia de descarbonização da siderurgia, por meio do aumento da oferta de aglomerados de minério de ferro.

Em 2023, a produção de pelotas da Vale foi de 36,45 milhões de toneladas, uma alta de 3,5% na base anual, mas abaixo da projeção da Vale, que era de 37 milhões de toneladas.

Vale: produção de níquel tem queda

A produção de níquel da Vale, por sua vez, atingiu 44,9 mil toneladas no quarto trimestre, 5,3% inferior que o visto no mesmo período de 2022. No ano passado, a produção foi de 164,9 milhões de toneladas, uma baixa de 7,9% ante o ano anterior, em linha com a estimativa.

Devido a organização de alguns ativos, entre eles Voisey`s Bay, que passou para mineração subterrânea, bem como a reforma do forno de Onça Puma, já era esperado pelo mercado essa queda no segmento de níquel.

No trimestre, a produção de cobre atingiu 99,1 mil toneladas, uma elevação de 49,5% na comparação anual. Em 2023, a produção aumentou 29% no ano contra ano, totalizando 326,6 milhões de toneladas, acima da projeção de 325 milhões de toneladas, impulsionado pelo ramp-up de Salobo 3, que acabou aumentando a produção em 87% no trimestre na comparação anual.

Como foram as vendas da Vale?

No último trimestre de 2023, as vendas de minério de ferro da Vale caíram 4,1% ante o mesmo intervalo de 2022, totalizando 77,88 milhões de toneladas. No ano, a mineradora registrou vendas de 256,78 milhões de toneladas, uma retração de 1,5% na comparação anual.

Por outro lado, as vendas em pelotas da Vale somaram 10,285 milhões de toneladas no período, valor 17% superior ao visto no mesmo trimestre do ano anterior. Em 2023, as vendas subiram 8,1% e somaram 35,84 milhões de toneladas.  

Já as vendas de níquel caíram 17,7% no quarto trimestre do ano passado, a 47,9 mil toneladas. Em 2023, as vendas somaram 167,9 milhões de toneladas, uma baixa de 7,1% na base anual.  

No trimestre, a venda de cobre da Vale foi de 97,5 mil toneladas, um aumento de 36,2% na comparação anual. No ano passado, a venda aumentou 26,2% ante 2022, totalizando 307,8 milhões de toneladas.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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