As empresas brasileiras perderam nos últimos 12 meses cerca de R$ 1,558 trilhão em valor de mercado, o que equivale a cerca de 17% do PIB brasileiro. As informações são do Valor Econômico. Entre as companhias que estão nessa lista estão gigantes como o Magazine Luiza (MGLU3), Ambev (ABEV3), Rede D’Or (RDOR3) e a Vale (VALE3).
Segundo dados divulgados pela B3 (B3SA3), somente no primeiro semestre as perdas rondam os R$ 449 bilhões — valor equivalente a um Itaú Unibanco (ITUB4) e um Bradesco (BBDC4) somados.
No dia 30 de junho deste ano, a B3 registrava 523 companhias que, juntas, totalizavam R$ 4,096 trilhões (US$ 782,1 bilhões, pela cotação da data), enquanto no fim de 2021 o valor de 398 empresas acompanhadas pela bolsa ultrapassava os R$ 4,545 trilhões (US$ 814,5).
Já em 30 de julho de 2021, a soma do valor de mercado de 376 empresas era de aproximadamente R$ 5,654 bilhões (US$ 1,13 trilhão).
Maiores quedas e altas: Vale lidera em perdas do ano
Semestralmente, as que exerceram maior influência na queda foram Magazine Luiza (MGLU3), Rede D’Or (RDOR3) e Ambev (ABEV3), perdendo R$ 32,9 bilhões, R$ 31,9 bilhões e R$ 31,7 bilhões, respectivamente.
Nas perdas do ano, a Vale (VALE3) lidera com queda de R$ 183,4 bilhões, enquanto Magazine Luiza se desvalorizou em R$ 121,7 bilhões e Rede D’Or em R$ 80,5 bilhões.
O destaque positivo nos dois períodos foi a Eletrobras (ELET3). No semestre, a empresa acumulou ganhos na casa dos R$ 33,7 bilhões, seguida por Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco, enquanto, no ano, o ganho foi de R$ 49,2 bilhões, somente à frente da Telefônica Brasil (VIVIT3) e da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CERG3).
Crise nos mercados
De 316 companhias da bolsa brasileira analisadas, somente 13% obtiveram ganhos de valor no último ano. O mercado nacional segue o ritmo do resto do mundo, que enfrenta momento de crise. Nos EUA, o índice S&P 500, que agrupa as maiores empresas da Bolsa de Nova York, obteve o pior semestre desde 1970, com queda de 20,6%.
O Russell 2000, que reúne empresas de menor porte, recuou 24%, enquanto o Nasdaq, de papéis de tecnologia, bateu recorde desde sua criação, em 1971, e caiu 30%.
Com o reconhecimento por parte do Federal Reserve, o banco central americano, de que devemos esperar uma inflação mais alta, a fuga das bolsas se tornou iminente. A tentativa dos BCs em combater o aumento dos preços subindo as taxas de juros joga investidores para ativos fora do mercado de ações, como títulos públicos.
No cenário doméstico, empresas que chegaram a ganhar fôlego pela valorização de commodities, como Vale e Petrobras (PETR4), perderam impulso, na medida em que ativos como o petróleo e o minério de ferro se desvalorizaram.