Lucro da Vale (VALE3) tem queda de 36% no 3T23, para US$ 2,836 bi; veja os motivos
A Vale (VALE3) reportou na noite desta quinta-feira (26) um lucro líquido de US$ 2,836 bilhões no terceiro trimestre de 2023, valor 36,3% inferior ao anotado no mesmo período de 2022 e 217% acima do lucro obtido no segundo trimestre deste ano.
O resultado da Vale no 3T23, mais fraco na comparação anual, já era esperado com o relatório de produção divulgado uma semana antes, que havia apontado uma queda de 4% na produção de minério de ferro – principal produto da companhia – devido à menor produção no complexo de Paraopeba e à menor produção de Serra Norte.
Em reais, o resultado foi de R$ 13,864 bilhões, contra R$ 23,286 bilhões no terceiro trimestre de 2022, o que representa um recuo de 40,4%.
A receita líquida de vendas da Vale aumentou 6,9% em base anual e 9,8% na comparação trimestral, totalizando US$ 10,623 bilhões no terceiro trimestre, graças ao preço do minério de ferro, que se recuperou no último trimestre com a retomada do mercado asiático.
O Ebitda da Vale (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em base ajustada das operações continuadas totalizou US$ 4,482 bilhões no trimestre, volume que equivale a um aumento de 12% na comparação anual e 8% na trimestral.
O Ebitda do negócio de Soluções de Minério de Ferro aumentou 18% em um ano e 13% ante o trimestre imediatamente anterior, devido, sobretudo, aos maiores preços realizados de minério de ferro e aos maiores volumes de vendas.
Cotação vale3
Prioridades estratégicas
O custo caixa C1 de minério de ferro, excluindo compras de terceiros, diminuiu 7% na comparação trimestral, atingindo US$ 21,9 por tonelada, no caminho para atingir a meta de US$ 21,5 a 22,5 a tonelada para o ano.
“Continuamos avançando em nossas prioridades estratégicas e de negócios. Em Soluções de Minério de Ferro, estamos no caminho para atingir o guidance da Vale, com o aumento da produção até o momento, melhora na qualidade média e redução do gap entre produção e vendas no trimestre. Em Metais para Transição Energética, estamos avançando na revisão de ativos visando alcançar a excelência operacional. A transição da mina Voisey’s Bay para lavra subterrânea e as atividades de manutenção apoiarão o desempenho sustentável do ativo”, comentou o presidente Eduardo Bartolomeo no comunicado.
Ainda segundo ele, no segmento de Cobre, o ramp-up de Salobo III contribui para uma maior produção total e menores custos unitários. A Vale avança em direção aos seus objetivos de longo prazo, com o início dos testes de carga na primeira planta de briquetes e a assinatura de dois novos acordos para o desenvolvimento de Mega Hubs.
“Também concluímos a descaracterização do Dique 2 e reduzimos o nível de emergência da barragem B3/B4 para 1, conforme nosso novo framework para gestão de barragens estabelecido em 2019. Continuaremos executando nossa estratégia para transformar a Vale em uma referência na criação e compartilhamento de valor para todos os nossos stakeholders”, completou Bartolomeo.
Dividendos e recompra de ações
A mineradora anunciou um novo programa de recompra de ações. Além disso, também foram divulgados dividendos da Vale.
No caso dos proventos, a companhia anunciou que pagará o valor bruto de R$ 2,331661567 por ação para quem tem ações da Vale na carteira.
Dessa cifra, serão R$ 1,565890809 por ação VALE3 como dividendos e R$ 0,765770758 por ação como juros sobre o capital próprio.
A data de corte será o dia 21 de novembro. Ou seja, após isso – no dia 22 – os papéis passam a ser negociados sem direito aos dividendos.