Vale (VALE3) pretende investir US$ 4,36 bi até 2035 para descaracterizar barragens

A Vale (VALE3) informou nesta segunda-feira (28) que pretende investir mais US$ 4,36 bilhões até 2035 – totalizando US$ 4,66 bilhões – para concluir o processo de descaracterização de outras 23 barragens, das 30 que estão no programa de eliminação de estruturas de armazenagens de rejeitos (TSFs, na sigla em inglês) a montante.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/05/6cd60e56-banner-home-3.jpg

Segundo apresentação enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em 2021 foram sete barragens eliminadas, a um custo aproximado de R$ 300 milhões.

Neste ano, a Vale prevê o desmonte de outras cinco estruturas. São elas, ao valor estimado de R$ 400 milhões:

  • a barragem de Baixo João Pereira, em Congonhas (MG),
  • o dique auxiliar da barragem B5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima (MG),
  • os diques 3 e 4 do Sistema Pontal e
  • barragem Ipoema, em Itabira (MG).

As obras mais demoradas ficam na mina de Fábrica, no Complexo de Paraopeba, região central de Minas Gerais (MG) e devem ser concluídas só em 2035. Segundo a companhia, “as estruturas com maior prazo são aquelas de maior risco, mais complexas e que envolvem um volume de rejeitos maior”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Planilha-controle-de-gastos.png

Em fevereiro, a Vale havia protocolado pedido à Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), em Minas Gerais, e também à Agência Nacional de Mineração (ANM) para estender o prazo para descaracterização das barragens.

De acordo com a companhia, o pedido foi feito “em razão da inviabilidade técnica para o cumprimento dos prazos, devido principalmente às ações necessárias para aumentar a segurança diante da complexidade das obras, que representam aumento de riscos para as estruturas”.

Inicialmente, as 30 obras deveriam ser desmontadas até 2029.

Para a XP Investimentos, em relatório, “o foco contínuo na melhoria da governança para gestão de riscos, juntamente com os esforços para assegurar um desempenho sustentável em Saúde & Segurança, está impulsionando a Vale nos avanços da agenda ESG”.

“Acreditamos que esse progresso deverá ajudar na reclassificação das ações da empresa, apesar de vermos um longo caminho a percorrer para alcançar práticas ESG de alto nível”, adicionou.

A corretora disse que mantém recomendação de compra para os papéis da Vale, ao preço-alvo de R$ 97,00 por ação, potencial de valorização de 2% em relação ao fechamento de ontem.

Segundo relatou de Webinar ESG promovido pela companhia, o CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, destacou que a companhia está caminhando para a redução de riscos com segurança, principalmente no que se refere a

  1. eliminação das barragens;
  2. aprimoramento e aplicação das melhores práticas de governança, como vinculação da remuneração dos executivos às metas de Saúde e Segurança, Risco Operacional e VPS; e
  3. redução da dependência de rejeitos.

“No entanto, a descaracterização é um processo longo e complexo e não deve ser apressado, evitando qualquer acidente no caminho”, completou a corretora.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Vale acerta R$ 3 bilhões em acordos individuais com vítimas do Desastre de Brumadinho

Segundo informou a Vale nesta segunda-feira (28), os acordos firmados com as cerca de 13 mil famílias impactadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, somam até o momento R$ 3 bilhões.

Entre as famílias de trabalhadores falecidos, foram R$ 1,1 bilhão acertados pela Vale para 1,7 mil famílias, média de R$ 647,1 mil por família. Conforme destaca, “todos os empregados, próprios ou terceirizados, mortos no rompimento da B1, já tiveram ao menos um familiar com acordo firmado”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Pedro Caramuru

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno