A Vale (VALE3) e o governo do estado de Minas Gerais devem assinar nesta quinta-feira (4) um acordo de R$ 37 bilhões para a reparação de danos causados pela tragédia de Brumadinho. A companhia convocou uma entrevista coletiva para falar sobre o tema às 10h. As informações são do portal G1.
Foram quase quatro meses de conciliação entre as duas partes. Autoridades do estado, no primeiro momento, buscavam uma indenização de R$ 54,7 bilhões. O novo monte a ser pago pela Vale, a notícia proceder, é cerca de 32% menor do que a primeira quantia.
A companhia afirmou ontem em comunicado ao mercado que o acordo havia avançado, confirmando uma nota divulgada pelo governo mineiro. “A Vale confirma o teor da Nota Oficial divulgada há pouco pelo Governo de Minas Gerais (…) sobre um possível acordo global para a reparação dos danos socioeconômicos e socioambientais causados pelo rompimento da barragem em Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG)”, afirmou a companhia em documento.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também falou sobre o avanço das discussões em seu perfil no Twitter.
Negociações bem avançadas para termos, em breve, medidas de reparação aos mineiros pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, com foco na melhoria de vida dos moradores das regiões diretamente atingidas.
— Romeu Zema (@RomeuZema) February 3, 2021
Possível acordo assinado pela Vale inclui vários investimentos
Ainda de acordo com o G1, a Vale se comprometerá com a construção de vários empreendimentos em Minas Gerais como forma de retribuir a sociedade. São alguns deles:
- Novo anel viário em Belo Horizonte
- Investimento em hospitais regionais
- Obras de segurança hídrica na região metropolitana
- Saneamento básico nos municípios da bacia do rio Paraopeba
- Auxílio emergencial para 110 mil pessoas durante quatro anos
Foram realizadas, ao total, cinco audiências, sempre sem acordo. Após varias tratativas falharem, o secretário-geral do governo mineiro, Mateus Simões, afirmou no dia 21 de janeiro que nenhuma outra reunião aconteceria e elevou o tom contra a Vale. “Não vamos nos lançar a um leilão para definir o valor desse acordo. A Vale age como se estivesse dando um ‘presente’ ao estado. Ela é a criminosa nesse processo” disse, então.
O prazo final para a Vale chegar ao acordo era no dia 29 de janeiro. A companhia, entretanto, conseguiu estende-lo por 15 dias. Caso as partes não se acertassem, o caso iria para a justiça.