O Goldman Sachs cortou as suas projeções de preço para o minério de ferro no quarto trimestre deste ano, em movimento que pode impactar as ações da Vale (VALE3).
Após o minério de ferro atingir um mínimo de quase dois anos na casa dos US$ 90, o Goldman Sachs agora vê a commodity em US$ 85 no quarto trimestre de 2024, ante US$ 100 na última estimativa.
A casa afirma que os produtores de minério com custos mais altos precisarão cortar a produção para reequilibrar o mercado, já que os estoques da commodity nos portos permanecem 30 milhões de toneladas acima da média.
“Para que isso aconteça, acreditamos que uma nova queda no preço do minério de ferro é necessária”, diz o relatório.
A revisão por parte do Goldman Sachs acontece poucos dias depois da Vale ter elevado a sua previsão de produção de minério de ferro em 2024 para a faixa entre 323 e 330 milhões de toneladas, contra expectativa anterior de uma faixa de 310 a 320 milhões de toneladas.
Os papéis da Vale apresentaram uma forte alta após o anúncio da revisão por parte da mineradora, mas em relatório, o BTG Pactual afirma que continua preocupado com o ambiente econômico na China e, consequentemente, com o minério de ferro.
“Temos dificuldade em ver um grande potencial de alta para as ações da Vale com o minério de ferro a US$ 90. Portanto, reiteramos recomendação neutra”, diz o BTG, que tem preço-alvo de US$ 12 para as ADRs da Vale negociadas em Nova York.
Com isso, a expectativa do Goldman Sachs de um minério de ferro a US$ 85 neste final de ano deteriora ainda mais a visão do BTG Pactual, que já não via upside para a VALE3 com o minério a US$ 90.
Entre os potenciais riscos para a tese da Vale, o BTG Pactual cita justamente uma potencial desaceleração macroeconômica da China, o que conversa com o relatório do Goldman Sachs sobre o minério de ferro.
É importante lembrar que a China é o principal mercado consumidor da commodity no mundo. Portanto, quando a demanda chinesa se mostra abaixo das expectativas, a tendência é que o preço do minério de ferro caia, consequentemente impactando a Vale, que é uma das principais produtoras desta matéria prima. E, ao cruzar as informações dos dois relatórios, esse é o cenário que parece se desenhar no momento.