Vale (VALE3) ou Gerdau (GGBR4): veja quais empresas do setor de mineração e siderurgia vão despontar (ou não) no 1T24
A XP Investimentos espera um resultado misto para as ações de mineração e siderurgia no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Para os analistas, a Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) devem ser os dois destaques deste trimestre. Sobre a Vale (VALE3), a research projeta um trimestre fraco.
“Com a indústria siderúrgica no Brasil ainda enfrentando um ambiente desafiador, esperamos que a exposição da Gerdau na América do Norte (com aumento da lucratividade vs. 4T23) e os esforços de eficiência de custos da Usiminas (após o aumento da renovação do AF#3) impulsionam uma sólida melhora no Ebitda no 1T24E, como dois dos destaques deste trimestre”, afirma a XP.
Com isso, a XP projeta que resultados decentes da Gerdau no 1T24, com receita de R$ 16,6 bilhões e Ebitda de R$ 2,6 bilhões. A perspectiva é de pressão nos volumes devido ao aço importado no Brasil, afetando os preços. A América do Norte deve ter um trimestre melhor em volumes e rentabilidade. As margens esperadas são de 8,1% no Brasil e 22,5% na América do Norte.
Para o 1T24 da Usiminas, espera-se que a companhia apresente melhores resultados, com um Ebitda de R$ 479 milhões, aumento de 81% em relação ao mesmo período do ano anterior, e uma melhora sequencial. Os volumes de aço devem atingir 1 milhão de toneladas, um aumento de 1% em relação ao ano anterior.
Em linha, os analistas também veem a Aura (AURA33) apresentando fortes resultados no 1T24, com Ebitda de US$ 50 milhões, explicado principalmente pelos melhores resultados nas operações da Almas.
Ao contrário, os resultados da Vale, CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) devem ser impactadas negativamente pelo desempenho em queda dos preços do minério de ferro no 1T24.
Espera-se um 1T24 da Vale mais fraco, com uma receita de US$ 8,3 bilhões, uma queda de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior e uma recuo significativa de 36% em relação ao trimestre anterior. Isso reflete principalmente menores preços realizados do minério de ferro, apesar de maiores volumes de minério de ferro.
O Ebitda da Vale é estimado em US$ 2,8 bilhões, uma queda de 58% em relação ao trimestre anterior e de 23% em relação ao ano anterior, com margens 10 pontos percentuais abaixo do 1T23. Segundo a XP, isso é apoiado por resultados mais baixos em soluções de ferro e metais básicos, principalmente devido a um desempenho fraco nas operações de níquel, impactado por menores preços e volumes, parcialmente compensados por um melhor desempenho na divisão de cobre.
Vale tem preço-alvo cortado pelo BBA; CSN é rebaixada
Em relatório mais recente sobre o setor de siderurgia e mineração, o Itaú BBA manteve a recomendação para as ações da Vale, mas rebaixou os papéis da CSN, em linha com um momento considerado mais difícil para os preços globais do aço, acompanhado de um ambiente fraco para a procura de minério de ferro na China.
No caso da Vale, o banco decidiu por manter a recomendação para as ações da mineradora negociadas em Nova York em ‘outperform’, equivalente a ‘compra’, mas reduziu o preço-alvo de US$ 17,00 para US$ 14,00. “A revisão para baixo se deve principalmente à incorporação da nossa nova curva de preços de minério de ferro”, explicam os analistas.
Agora, o Itaú BBA enxerga as ações VALE3 sendo negociadas a um EV/Ebitda de 2024E de 4,3 vezes. “Embora reconheçamos a fraca dinâmica do preço do minério de ferro, vemos uma desvantagem limitada para o estoque nos níveis atuais”, completa o banco.
Já em relação à CSN, o rebaixamento das ações para ‘underperform’, o equivalente a ‘venda’, ocorreu devido à fraca avaliação e ao forte ciclo de investimentos na divisão de mineração nos próximos anos. O Itaú BBA também reduziu o preço-alvo para ações da CSN de R$ 20,00 para R$ 15,00, implicando uma desvantagem potencial de 2%.
Diante deste cenário, o Itaú estima que o Ebitda da CSN em 2024 chegue a R$ 9,45 bilhões, ante R$ 12,8 bilhões na estimativa anterior, principalmente devido aos menores preços realizados do minério de ferro e menores preços domésticos do aço.
“Vemos um geração de fluxo de caixa livre (FCF) negativo devido à forte implementação de investimentos em mineração até 2028, e a CSN sendo negociada a um EV/Ebtida em 2024 de 6x”, completa a casa.
Vale diz que acompanha acúmulo de material sedimentado em barragem; confira
A Vale comunicou ao mercado na última sexta-feira (5) que um acúmulo de material sedimentado na saída do dispositivo de drenagem da barragem Forquilha III, em Ouro Preto (MG), foi detectado no último dia 15 de março, mas que acompanha de perto a situação do local.
A mineradora afirmou que “prontamente, comunicou a situação aos órgãos competentes e, em conjunto com a Agência Nacional de Mineração (ANM) e com a empresa de auditoria técnica independente que acompanha a estrutura e as obras de descaracterização, desenvolveu um plano de ação e vem acompanhando a situação minuciosamente. Todos os instrumentos instalados para monitoramento da estrutura não acusaram alteração nas suas condições”.
A companhia lembrou que a barragem Forquilha III é parte de seu programa de descaracterização de barragens e que desde 2019, quando houve acionamento de protocolo de emergência, não há a presença de pessoas e animais de criação no entorno.
Por fim, a Vale informou que prioriza a segurança de suas barragens, operações, empregados e comunidades, com uma atuação transparente. “A companhia continuará acompanhando de forma diligente o desempenho de segurança da barragem Forquilha III e seguirá com ações para estabelecer níveis satisfatórios de segurança e estabilidade à estrutura até que sua descaracterização seja finalizada”.
Desempenho anual das ações da Vale
Cotação VALE3