O BTG Pactual realizou um encontro com o diretor de relações com investidores da Vale (VALE3), Thiago Lofiego, e em relatório, diz que está esperando a “poeira abaixar”, mas projeta um espaço curto para o pagamento de dividendos extraordinários.
A casa afirma que o tom de curto prazo para a empresa continua um tanto cauteloso, ainda que o executivo tenha indicado que algumas questões importantes podem estar próximas de serem resolvidas, o que, na visão dos analistas, pode ajudar a reverter o atual clima “azedo”.
Entre essas questões, o BTG cita o processo de sucessão do CEO da Vale, o acordo envolvendo Mariana e renegociações para a concessão ferroviária da empresa.
Na frente operacional da Vale, a empresa reforçou sua postura positiva sobre o desempenho de custos, dizem os analistas, com uma alta convicção em entregar o guidance de 2024, que é de US$ 21,5 a US$ 23 por tonelada de minério de ferro.
Além disso, o BTG destaca que a empresa também está confiante em uma trajetória de crescimento para os volumes em 2025.
Na frente de alocação de capital da Vale, o BTG diz que a administração da empresa segue firme em perseguir a faixa média de sua dívida líquida expandida em US$ 15 bilhões. Isso, de acordo com os analistas, gera um espaço limitado para pagamentos de dividendos extraordinários da Vale.
“Mantemos nossa classificação neutra até termos mais visibilidade sobre a resolução de pendências e uma melhoria da perspectiva macro e da indústria siderúrgica chinesa”, diz o relatório.
Vale lembrar que, recentemente, durante teleconferência de resultados do segundo trimestre, o o vice-presidente executivo de finanças e de relações com investidores da empresa, Gustavo Pimenta, disse que o pagamento extraordinário de dividendos da Vale depende, sobretudo, do preço do minério de ferro e da resolução do pagamento das multas relacionadas ao desastre de Mariana.
Por enquanto, neste segundo trimestre, a Vale anunciou somente o pagamento de R$ 8,9 bilhões em juros sobre capital próprio (JCP).