Vale (VALE3) deve pagar 19% em dividendos mesmo com queda do minério, diz JPMorgan
A Vale (VALE3), apesar do cenário de desaceleração econômica na China, deve seguir com dividendos robustos segundo analistas do JPMorgan. A expectativa da casa é que o dividend yield (DY) pode fechar o ano de 2022 em 19% e 16% no ano de 2023.
O preço-alvo para as ações da Vale é de R$ 95 para o JPMorgan, ante uma cotação atual de R$ 68.
“Os investidores mostraram um aumento no interesse pela ação pela primeira vez em muito tempo”, diz o JPMorgan, que cita o programa de recompra de ações da Vale como um ponto positivo.
Vale lembrar que essa revisão de cenário vem em meio a um corte feito pelo JPMorgan nas projeções do minério de ferro. Para este ano de 2022, a casa espera um preço de US$ 121 por tonelada, e de US$ 94 no ano de 2023.
Assim, mesmo com a desaceleração no preço da commodity – que deve impactar o resultado financeiro da empresa – VALE3 segue sendo o papel favorito da casa no setor de siderurgia e mineração.
O preço-alvo e a perspectiva também são compartilhados pelos analistas da XP. A casa mira R$ 97 para a Vale, com recomendação de compra.
“A Vale está negociando a um múltiplo EV/EBITDA atrativos e abaixo da média histórica, e esperamos que essa diferença reduza adiante, frente a distribuição de dividendos diante da forte geração de caixa, melhores práticas ambientais, sociais e de governança”, diz a casa.
O analista André Vidal estima que os prêmios de qualidade mais altos no futuro ajudem a reduzir o desconto que a Vale negocia atualmente quando comparado aos pares.
“Na nossa visão, a retomada da produção pode levar a Vale a um nível normalizado de 380 milhões de toneladas por ano em 2024. Adicionalmente, apesar da forte queda dos preços de minério de ferro, ainda acreditamos que a Vale seja uma forte geradora de caixa, mesmo considerando os patamares atuais”, afirma.
Raio-X de Vale
Atualmente, segundo dados do Status Invest, os dividendos da Vale somam um yield anualizado de 10,72%. Ou seja, foram cerca de R$ 7,2 pagos em proventos para uma cotação de R$ 68.
Nos últimos 12 meses a empresa, aliás, bateu cotações miradas pelos analistas. A máxima no período foi de R$ 96,50, ante uma mínima de R$ 57.
Desde o início do ano, os papéis da Vale caem 12%.