As ações ordinárias da Vale (VALE3) avançam 5,20%, negociadas a R$ 102,45, às 13h40 desta segunda-feira (5). O mercado repercute ainda o programa de recompra anunciado pela mineradora no primeiro dia do mês, com a companhia pretendendo adquirir até 270 milhões de papéis emitidos. O BTG Pactual (BPAC11), após o anúncio, reiterou sua recomendação de compra para a mineradora.
“Os investidores esperam há muito por uma postura mais agressiva da Vale em relação ao retorno de caixa e, agora, o conselho e a administração parecem estar ouvindo claramente”, dizem os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner.
Para os dois, o anunciou da recompra, que deve movimentar US$ 4,6 bilhões, ainda sinaliza que administração acredita que as ações estão desvalorizadas, negociadas a uma relação de valor de mercado e Ebitda (EV/Ebtida) de 2,5 vezes, e que a empresa está confiante para as perspectivas futuras.
Para analistas, Vale está descontada ante pares australianos
“Esperamos que a mudança acelere o processo de reclassificação da empresa e reduza a lacuna de preço excessiva, de 40%, ante às concorrentes australianas”, afirma o BTG.
Além disso, o banco afirma que a recompra é apenas parte das iniciativas de retorno, com a política da Vale devendo focar ainda em dividendos. “Mantemos nossa opinião de que a Vale pagará de US$ 6 a US$8 bilhões em dividendos no segundo semestre de 2021”, afirmam.
A Vale estaria ainda proporcionando estabilidade operacional, reduzindo, por exemplo o número de barragens em protocolo de emergência. “A gestão continua caminhando gradualmente para se tornar referência no setor nos próximos anos”. Além disso, a Vale, para os analistas, deve cumprir o seu guidance de 2021, que prevê uma produção de 315 a 335 megatoneladas.
Por conta de tudo isso, os analistas colocam ainda a Vale entre suas ações “preferidas” para o setor de mineradoras, com o preço-alvo do ADR fixado em US$ 27. Às 13h50, o ADR da Vale em Nova York subia 6,41%, negociados a US$ 18,2.