Vale (VALE3) dispara 5% no Ibovespa; entenda motivos

A Vale (VALE3) sobe mais de 5% no Ibovespa por volta das 15h30, figurando como uma das maiores altas do índice.

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A alta das ações da Vale está atrelada a medidas na China que fizeram a cotação do minério de ferro subir, com novos anúncios do Banco Popular da China (PBoC) – a autoridade monetária do dragão asiático.

Em suma, a China reduzirá a quantidade de dinheiro que os bancos do país podem manter como reserva.

Além disso, a taxa de recompra reversa de sete dias foi reduzida de 1,7% para 1,5% e as taxas de juros de empréstimos hipotecários serão cortadas.

Por fim, a China anunciou que reduzirá o valor da entrada mínima para a compra de um segundo imóvel, de 25% para 15%.

As medidas funcionam como estímulos relevantes para o segmento imobiliário, que é o maior consumidor de aço, dentro da China, que é o país que mais consome aço.

Ou seja, as novidades fizeram com que o mercado enxergasse uma demanda mais forte e mais aquecida.

“Entendo que são medidas que estabilizam o cenário imobiliário chinês no curto prazo, tendo incentivos por parte da demanda, com isso, devemos ter redução parcial acerca das incertezas que pairam o minério de ferro”, explica João Daronco, analista CNPI da Suno Research.

Com isso, o minério de ferro subiu 4,9% em Dalian, a US$ 99,38 a tonelada – sendo a maior alta diária para a commodity em mais de um ano.

Assim, mineradoras e siderúrgicas sobem em todo o mundo.

No exterior, Anglo American e BHP registram altas de 6,3% e 3,8%, respectivamente.

Na bolsa brasileira, além da alta de mais de 5% de VALE3, ações da CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5) disparam, com altas de 8,8% e 7,1%, respectivamente.

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Temores da Vale foram embora?

Com as novidades, o minério de ferro volta a beirar US$ 100 e o cenário passou a se tornar mais positivo para Vale e outras companhias do segmento.

Nos últimos meses as ações de mineradores e siderúrgicas têm sofrido na bolsa justamente por conta do ceticismo do mercado acerca da economia chinesa.

As projeções de minério foram cortadas por várias casas, com analistas de olho em uma demanda mais fraca e uma oferta mais forte – o que joga o preço da commodity para baixo.

“Sigo entendendo que a Vale é a melhor oportunidade dentro da cadeia como um todo, dado o seu posicionamento competitivo. Além de estar bastante descontada. Mesmo no atual cenário, vejo um dividend yield próximo de 10% ao ano (já considerando o minério abaixo da média dos últimos anos). Nesse cenário a Vale negocia próxima de 5~6x seu lucro projetado”, diz Daronco, da Suno Research.

Ainda assim, é importante destacar que uma parte relevante do sell side, ainda assim, segue enxergando alguns papéis como relativamente descontados.

Nesta semana o JPMorgan emitiu um relatório cortando projeções do minério de ferro para US$ 110 em 2024. No mesmo parecer, a casa cortou vários preços-alvo de ações do setor.

Ainda assim, a Vale teve recomendação de compra mantida (preço-alvo saiu de R$ 85 para R$ 77).

A tese da casa é de que as ações da empresa ficaram excessivamente descontadas e precificam um cenário mais pessimista do que o atual.

Além disso, os especialistas frisam que a Vale opera com desconto ante seus pares.

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Eduardo Vargas

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