Em relatório recente sobre a Vale (VALE3), o Itaú BBA destaca que os ADRs da mineradora negociados em Nova York apresentam um desempenho inferior ao de seus pares australianos entre 5 e 17 pontos percentuais neste ano, o que, na visão da casa, é exagerado.
A casa reconhece que a Vale passou por ruídos neste período, que envolvem o processo de sucessão de CEO, a renegociação de passivos com a Samarco e a renovação das concessões ferroviárias.
No entanto, os analistas dizem que o desconto atual de aproximadamente 29% das ações da Vale frente aos pares australianos “parece excessivo”.
Além disso, o BBA destaca que em termos de volume, a mineradora brasileira superou os produtores australianos no segundo trimestre deste ano. Isso porque os volumes de minério de ferro da Vale subiram cerca de 8% ano a ano, enquanto os da Rio Tinto avançaram 2% e os da BHP, 7%.
Do lado negativo, o relatório cita que Vale e BHP reportaram preços de minério de ferro mais baixos no trimestre. Contudo, pondera que todos os principais produtores serão atingidos por esses valores abaixo da média, e que a queda nos números da mineradora brasileira não foi tão grande.
“Embora os preços realizados do minério de ferro para cada empresa não sejam comparáveis, pois são reportados em bases diferentes, notamos que os preços realizados pela Vale caíram 2% trimestre a trimestre, enquanto a BHP reportou uma queda de 14% na mesma base de comparação”, ressaltam os analistas.
Sobre o desconto dos papéis da Vale frente aos pares, portanto, além da influência de eventos particulares citados anteriormente, a casa destaca o recuo de 25% no preço do minério de ferro neste ano, e projeta uma diminuição do gap entre as ações.
“Esperamos uma redução nessa diferença no curto prazo. Portanto, achamos o desconto de 29% da Vale frente aos pares elevado em comparação com o nível histórico de aproximadamente 19%”, diz o relatório.
O Itaú BBA tem recomendação outperform (compra) para a Vale (VALE3), com preço-alvo de US$ 14 para as ADRs negociadas em Nova York.