Vale (VALE3): decisão sobre CEO é ‘parcialmente negativa’, diz Genial; veja recomendação

Analistas da Genial Investimentos avaliaram de forma ‘parcialmente negativa’ a deliberação, por parte dos conselheiros da Vale (VALE3), de renovar o mandato do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, até o fim do ano. A decisão foi anunciada na última sexta-feira (8).

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A Vale definiu pela extensão do mandato de Bartolomeo até 31 de dezembro de 2024. Ele teve 11 votos a favor de sua permanência e dois contra. O mandato se encerraria em 26 de maio próximo. Além disso, foi acordado que ele apoiará a transição para a nova liderança no início de 2025 e atuará como advisor (espécie de orientador ou conselheiro) da companhia até 31 de dezembro de 2025.

“Nossa avaliação é parcialmente negativa. Embora não acreditemos que as ações possam cair muito mais do que já caíram, a renovação por tão curto prazo implica que a discussão em torno do nome definitivo a assumir a partir de 2025 continuará nos próximos meses”, pontuaram os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira, da Genial Investimentos.

Para a casa, a decisão tomada de prorrogar o mandato de Bartolomeo até dezembro não elimina as incertezas e continua a abrir caminho para que o governo pressione por um nome alinhado com os seus interesses.

“Ainda vemos as ações descontadas, pois os números da operação nos dão um pouco mais de tranquilidade. Uma vez resolvidas as pendências, as ações tenderão a desbloquear valor”, acrescentaram os analistas.

A Genial tem recomendação de ‘compra’ para as ações de Vale, com preço-alvo a US$ 16,75 para as ADRs.

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Genial sobre Vale: embora cotação seja atrativa, há desafios a considerar

Bruno Rosolino, analista da Genial Investimentos, apresentou suas análises sobre a ação da Vale em um vídeo recente intitulado “Vale: Está barato para comprar? Entenda os riscos para as ações”.

Rosolino analisou os resultados do quarto trimestre do ano passado (4T23), destacando a relevância de entender os riscos antes de investir na mineradora. Ele observa que, embora a cotação da Vale seja atrativa no momento, há desafios que os investidores devem considerar.

O estrategista ressalta a incerteza de curto prazo, especialmente em relação à China, historicamente uma peça-chave para a mineradora brasileira. No entanto, ele enfatiza que há perspectivas operacionais mais positivas para este ano.

“O momento é bom, mas os investidores da Vale precisam estar cientes dos desafios e ruídos que podem influenciar os resultados”, diz Rosolino.

Além disso, o analista destaca três pontos-chave que ele chamou de “overhangs” ou ruídos que podem impactar a Vale. O primeiro é o acordo relacionado às indenizações de Mariana, com estimativas entre R$ 125 a R$ 155 bilhões. Esse acordo, segundo ele, pode afetar significativamente os direcionamentos de dividendos da Vale e o capital da empresa.

Outro ponto era a eleição do novo CEO da Vale, com pressão do governo brasileiro para nomear alguém alinhado aos seus interesses. Isso levantou questões sobre a autonomia da empresa. Na quinta-feira (7), a Vale enviou comunicado à imprensa afirmando que não havia decisão de seu conselho de administração sobre renovação de mandato do atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ou sobre a realização de processo sucessório.

Em comunicado, a mineradora disse que o conselho seguiria conduzindo “de forma diligente” as discussões sobre definição do presidente da companhia e cumprindo “com rigor” o estatuto social e políticas corporativas.

“O risco associado à eleição do novo CEO e às pressões do governo são fatores que os investidores ainda devem monitorar de perto. Isso pode impactar a trajetória da empresa nos próximos meses”, alertava Rosolino, antes da confirmação de Bartolomeu na última sexta (8).

O especialista também abordou a pressão contínua do governo sobre a Vale, exemplificada pela suspensão recente da licença de operação de duas minas pela Secretaria do Meio Ambiente. Essas declarações podem ter impactos negativos nos resultados da empresa.

Apesar dos desafios indicados, o analista ressaltou que o cenário operacional da Vale é favorável e que as ações da Vale estão descontadas. Ele indicou que, embora os riscos estejam presentes, muitos deles já foram precificados nas ações da Vale.

Em outra observação, Rosolino impõe a demanda atual por minérios. Embora o preço do minério possa estar sob pressão, a Vale ainda mantém um cenário operacional sólido.

“Apesar das incertezas, a demanda por minério continua, fornecendo um suporte operacional à Vale. Os investidores devem ponderar esses fatores ao considerar a compra de ações da empresa”, diz.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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