Chuvas intensas em MG: Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e mineradoras suspendem atividades
As chuvas fortes que atingem a região Sudeste, especialmente em Minas Gerais, causaram a interrupção de atividades das principais companhias de mineração no estado. Cinco delas anunciaram que interromperam a produção nesta segunda (10): Vale (VALE3), Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) (CSNA3), CSN Mineração (CMIN3), Vallourec e a controlada de mineração da Usiminas (USIM5).
A Vale disse que paralisou parcialmente a circulação de trens na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e a produção dos sistemas sudeste e sul devido ao nível elevado de chuvas.
Apesar disso, a Vale ressaltou que considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações em seu plano de produção e, portanto, reitera seu guidance de produção de 320 a 335 mil toneladas de minério de ferro para 2022.
De acordo com o fato relevante, divulgado nesta segunda-feira (10), a Vale considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações em seu plano de produção e, portanto, a mineradora reitera seu guidance de produção de 320 a 335 mil toneladas de minério de ferro para 2022.
No sistema sudeste, a EFVM foi paralisada no trecho Rio Piracicaba – João Monlevade impedindo o escoamento do material em Brucutu e no Complexo de Mariana, que estão com a produção suspensa. O trecho Desembargador Drummond – Nova Era também está paralisado, mas em fase de liberação e não afetou a produção do Complexo de Itabira.
Já no sistema sul, em função da interdição de trechos das rodovias BR-040 e MG-030, da segurança de circulação de empregados da Vale e da infraestrutura da frente de lavra das minas, a produção de todos os complexos está temporariamente paralisada.
A mineradora informou ainda que o sistema norte segue operando.
“A Vale está tomando todas as medidas necessárias para a retomada das atividades, mantendo o foco nos cuidados necessários para garantir a segurança dos empregados e das comunidades localizadas no entorno de suas estruturas.”
Além da Vale, CSN, CSN Mineração, Vallourec e Usiminas param por causa das chuvas
A CSN Mineração (CMIN3) e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) também anunciaram nesta segunda-feira (10) a interrupção temporária das atividades na mina Casa de Pedra, próximo ao município de Congonhas (MG), por causa das “intensas chuvas registradas na região Sudeste do Brasil nos últimos dias”.
Em comunicado ao mercado divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a CSN Mineração informou que a expectativa é de retomar as atividades “nos próximos dias”.
“Ainda em razão das chuvas, [a CSN Mineração] informa também que a operação portuária de carregamento de minério no Terminal de Carvão (Tecar) no porto de Itaguaí (RJ) também está suspensa em virtude do alto grau de umidade verificado no local”, comunicou
A Usiminas (USIM5) paralisou temporariamente as operações de sua controlada Mineração Usiminas (Musa), na região de Itatiaiuçu. Segundo a empresa, as chuvas estão em níveis “expressivamente superiores à média histórica” e diz que não há prazo definido para retomada.
A empresa também informou que acionou o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens da Mineração (PAEBM) para sua Barragem Central da Musa, desativada desde 2014.
O Nível 1 do plano de emergência significa um estado inicial de alerta e não representa comprometimento dos fatores de segurança da barragem. Além disso, não requer a retirada de moradores das áreas de risco e nem o toque de sirenes.
Em relação à produção da Usiminas, a empresa informa que “a paralisação da Musa não deverá afetar o fornecimento de matéria prima para a Usiminas, e que serão utilizados estoques da própria controlada para o fornecimento”.
As atividades da Mineração Usiminas serão retomadas “quando as condições climáticas melhorarem e permitirem acesso seguro às minas e o funcionamento adequado de equipamentos, bem como após uma revisão das condições das instalações em geral”, diz fato relevante.
Outra mineradora atingida é a Vallourec. Na manhã de sábado, uma barragem de rejeitos de minério de ferro do conglomerado francês de siderurgia transbordou na cidade de Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), e inundou a pista da BR-040.
Nas redes sociais, circularam imagens de veículos arrastados pela correnteza.
Sobre as fortes chuvas, a CSN disse que tomará “todas as medidas necessárias para a manutenção de sua operação, respeitando os cuidados necessários para garantir a segurança dos empregados e das comunidades” e reforça “a retomada gradual das atividades assim que as condições climáticas permitirem”.
Além das grandes mineradoras, as pequenas da região também aguardam o fim das chuvas para retomar a produção. Um dos casos é a Atlântica Mineração, que teve que suspender suas obras de expansão por conta da situação climática. “Estamos com duas minas para iniciar operação e não conseguimos sequer levar os equipamentos, pois temos que fazer algumas melhorias nas vias de acesso”, comenta o diretor da mineradora, Maurício Índio do Brasil.
Vale monitora barragens e diz que não houve alteração do nível de emergência
Em seu documento, a mineradora informou que permanece acompanhando o cenário de chuvas em Minas Gerais e monitorando suas barragens, 24 horas por dia, em tempo real, por meio dos Centros de Monitoramento Geotécnicos.
“Ressalta-se que não houve alteração do nível de emergência em nenhuma de suas estruturas, que são acompanhadas permanentemente por inspeções, manutenções, radares, estações robóticas, câmeras de vídeo e instrumentos, como piezômetros manuais e automáticos”, informou a Vale.