Após desgaste público provocado pela tentativa do presidente Lula emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega na presidência da Vale (VALE3), representantes dos acionistas da mineradora avaliam adiar a decisão sobre sucessão na empresa para ganhar tempo, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
Está marcada para esta sexta (02) uma reunião extraordinária do conselho de administração para avaliar e decidir se o atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeu, ficará ou não no cargo.
Segundo dois conselheiros ouvidos pelo Estadão, no entanto, a expectativa é de que não haja uma decisão final, o que pode estender o debate sobre a sucessão na empresa até maio, quando se encerra o mandato de Bartolomeu.
Ainda de acordo com o jornal, para alguns acionistas, há a preocupação de não transformar a troca de comando na empresa em uma derrota para Lula ou para o governo. Aliados do Presidente da República não desistiram de tentar influenciar na sucessão, sendo que para eles, o desfecho ideal desta sexta-feira seria o conselho não renovar o mandato de Bartolomeo e sinalizar a busca por um novo nome.
O Estadão afirma que, entre os sócios, Bartolomeu sofre a resistência da Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3), que já teria demonstrado nos bastidores o interesse em trocar o executivo. Para eles, o desempenho da Vale diante das concorrentes tem deixado a desejar.
Neste contexto, o nome de Luiz Henrique Guimarães – ex-presidente da Cosan (CSAN3) e hoje conselheiro da Vale, voltou a ganhar relevância na disputa, mas ainda esbarra na aceitação dos sócios.
Assim, uma das opções é propor um mandato mais curto para Bartolomeu – de um ano em vez de três – ou incluir o executivo no processo sucessório como parte de uma lista tríplice, cuja escolha ocorreria mais adiante – diz o jornal.
Vale (VALE3) segue como favorita do BTG para dividendos; entenda
Em novo relatório sobre sua carteira mensal de dividendos, analistas do BTG Pactual mantiveram a Vale como a companhia de maior peso no portfólio.
Juntamente com as ações da Vale, os especialistas mantiveram também os papéis da Petrobras (PETR4) com igual peso na carteira – de 15%.
A tese é de que VALE3 terá um ambiente operacional melhor em 2024, com os mercados de minério de ferro caminhando para mais um ano de déficits e contínuas revisões positivas de lucros.
“Agora estamos mais confiantes de que a performance operacional mais fraca da empresa ficou para trás e que a produção/vendas e o desempenho de custos devem continuar a melhorar. Acreditamos que há muito pouco precificado nas ações neste momento”, diz o BTG.
“Espera-se que a produção chinesa de aço bruto permaneça acima de 1 bilhão de toneladas, já que a demanda por infraestrutura/manufatura + exportações devem compensar um mercado imobiliário ainda fraco. Estimamos outro déficit no mercado este ano, provavelmente sustentando os preços em níveis elevados – atualmente na faixa de US$130-140 por tonelada”, completa.
Os analistas modelam os preços do minério de ferro em uma média de US$ 120 por tonelada para o ano, que ainda está acima do mercado, e esperam ver mais revisões positivas nos próximos meses.
“Nesses níveis, vemos a Vale negociando abaixo de 4x EV/EBITDA 24, e esperamos yields de de aproximadamente 13%, incluindo recompras de ações, o que consideramos atrativo”.
Por fim, em seu relatório sobre a carteira de dividendos, a casa destaca que a Vale tem o melhor momento de resultados dentro da cobertura de Metais & Mineração da casa.
Conforme os dados do Status Invest, os dividendos da Vale atualmente representam um dividend yield (DY) de 9%, dado que foram pagos R$ 6,07 por ação no acumulado dos últimos 12 meses.
Desempenho das ações de Vale
No fechamento de quinta-feira (1), as ações de Vale encerram o dia em queda de 0,46%, a R$ 67,45. No ano, os papéis caem 12%, segundo o Status Invest.
Cotação VALE3
*Com informações de Estadão Conteúdo