Vale (VALE3) compra fatia da Baosteel e assumirá 100% de joint venture
A Vale (VALE3) anunciou a aquisição da fatia de 50% da chinesa Baosteel na joint venture Baovale. Com isso, a mineradora brasileira assumirá 100% do ativo.
A VALE3 informou ainda que a intenção de adquirir a outra metade da empresa que explora a mina de Água Limpa, em Minas Gerais, foi comunicada à Baosteel no ano passado.
De acordo com a mineradora brasileira, o contrato foi assinado e notificado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em janeiro e atualmente encontra-se em análise pelo órgão.
A Baovale, joint venture entre Vale e Baosteel, foi criada em 2001 e, desde a sua origem, previa a opção da compra dos 50% restantes pela companhia brasileira após 20 anos de parceira.
O investimento inicial, à época, foi de US$ 38 milhões, ou de US$ 19 milhões para cada uma das duas partes.
Vale (VALE3) teve prévia neutra, dizem especialistas
No último dia 28, a Vale (VALE3) divulgou sua prévia operacional referente ao quarto trimestre de 2024 e, de acordo com casas de análise, os números foram neutros.
A VALE3 registrou uma queda de 10% nas vendas de minério de ferro na comparação anual, totalizando 81,2 milhões de toneladas (Mt). A produção, por sua vez, foi de 85,3 Mt, uma retração de 5% na mesma base de comparação.
Os números ficaram próximos das estimativas do mercado, mas, segundo as análises, reforçam a estratégia da mineradora de priorizar valor sobre volume, retirando do mercado produtos com alto teor de sílica para proteger sua precificação.
O Itaú BBA destacou que a prévia da Vale ficou dentro do esperado. Os analistas mantiveram a projeção de EBITDA de US$ 3,87 bilhões para o trimestre, representando uma queda de 43% na comparação anual.
A casa reforçou que a empresa segue focada em otimização de portfólio e ganhos de qualidade e manteve recomendação outperform (compra) para as ações da Vale, com preço-alvo de US$ 12 para os ADRS negociados em Nova York.
Já o BTG Pactual manteve recomendação neutra para as ações VALE3, citando a ausência de catalisadores que impulsionem a valorização do papel no curto prazo.
A casa avalia que 2025 será um ano de transição para a Vale, com desafios como o cenário macroeconômico incerto na China e a volatilidade nos preços do minério de ferro. Além disso, os dividendos da companhia, na faixa de 7% a 8%, são considerados pouco atraentes frente a outras oportunidades no setor.