Ainda nesta terça (9) o mercado passou a ter contato com uma notícia de bastidores sobre uma lista com 15 potenciais candidatos à presidência da Vale (VALE3), em meio ao conturbado processo sucessório da mineradora, que se estende desde 2023.
Os nomes cotados para CEO da Vale incluem executivos de grandes empresas – Gerdau, Embraer, Klabin, Caoa, BHP – conforme revelado pela Coluna do Lauro Jardim.
Contudo, essa lista teria causado problemas internos no Conselho da Vale, segundo informações de bastidores do Valor Econômico.
A seleção, preparada pela consultoria Russell Reynolds, teria desagradado à Previ, por exemplo, que é o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (BBAS3) e maior acionista individual de VALE3. Isso, pois a lista não inclui um nome mais próximo do governo.
A consultoria de “head hunter” indicou quais executivos são considerados de alta prioridade e sugeriu candidatos para uma segunda etapa do processo.
Segundo o Valor, nomes como Cristiano Teixeira, da Klabin, Gustavo Werneck, da Gerdau, e Francisco Gomes Neto, da Embraer, foram bem recebidos por seus históricos no mercado.
Outros nomes, como Pedro Parente (EB Capital) e Antonio Maciel Neto (Caoa), não representam o “sangue novo” desejado pela mineradora, segundo fontes. Além disso, parente já fora ministro de um presidente do PSDB (FHC), o que também poderia gerar desgaste com a Previ e o governo.
Já o executivos estrangeiros – Pablo Di Si (Volkswagen) e Antonio Filosa (Jeep) – também enfrentam resistência por parte dos acionistas, e Filosa negou ter sido sondado pela consultoria.
Veja nomes cotados para CEO
- Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer (EMBR3)
- Gustavo Werneck, CEO da Gerdau (GGBR4)
- Carlos Piani, CEO da Equatorial (EQTL3)
- Cristiano Teixeira, CEO da Klabin (KLBN11)
- Maurício Bhar, CEO da Engie (EGIE3)
- Antonio Maciel Neto, CEO da Caoa
- Pedro Parente, ex-presidente da Petrobras (PETR4)
- Pablo Di Si, presidente da Volkswagen nos Estados Unidos
- Ruben Marcos Fernandes, executivo da mineradora Anglo American
- Marcelo Bastos, executivo da mineradora BHP e ex-Vale
Antecipação da escolha na Vale?
As informações da publicação também apontam que uma parte dos acionistas defende a antecipação do processo sucessório para superar a crise atual.
No entanto, encontrar um executivo disponível imediatamente é um desafio.
Há expectativa que entre agosto e setembro o processo já esteja se encaminhando para o fim. Bartolomeo, o atual CEO, deixa o cargo ao fim deste ano.
Executivos na lista confirmaram, sob anonimato, que a disponibilidade imediata pode ser um problema, mas é negociável.
Nesse sentido, as tragédias ambientais de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), representam um desafio relevante.
A Previ, acionista histórica da Vale desde a privatização em 1997, tem sido vista como interlocutora do governo Lula no processo sucessório, marcado por tentativas de intervenção de Brasília.
Em janeiro, o nome de Guido Mantega chegou a ser ventilado – o que causou ruídos negativos e fortes quedas nas ações da Vale.
Fontes próximas à Previ negaram qualquer pressão para mudar ou acrescentar nomes na lista da Russell Reynolds.
Vale destacar que o conselho de administração da Vale está desfalcado. Com 11 integrantes, o colegiado teve a renúncia de dois conselheiros independentes, José Luciano Duarte Penido e Vera Maria Inkster.
Segundo a Vale, uma Assembleia Geral Extraordinária será convocada para recompor o conselho.