As ações da Vale (VALE3) fecharam em queda, enquanto as demais mineradoras e siderúrgicas encerraram a sessão de forma mista na tarde desta quarta-feira (5), com o mercado repercutindo a divulgação dos índices de gerentes de compra (PMI) da China, e com a principal cidade produtora de aço do país – Tangshan, nordeste chinês – ordenando um corte na produção de julho.
No fechamento, as ações da Vale recuaram 0,88%, ao preço de R$ 65,32. Já as ações de mineradoras e siderúrgicas terminaram o dia de forma mista. Confira:
- Usiminas (USIM5): alta de 0,82%, aos R$ 7,38;
- Gerdau (GGBR4): queda de 0,39%, aos R$ 25,82;
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): alta de 0,08%, aos R$ 12,23;
- CSN (CSNA3): alta de 0,16%, aos R$ 12,34;
- CSN Mineração (CMIN3): queda de 0,48%, aos R$ 4,19;
Entenda movimento das mineradoras no Ibovespa hoje
Divulgado nesta quarta-feira pela S&P Global em parceria com o Caixin Insight Group, o índice de gerentes de compra (PMI) da China no setor de serviços recuou de 57,1 em maio para 53,9 em junho, a leitura mais baixa desde janeiro. Com isso, o PMI Composto, que agrega os dados da indústria e serviços, caiu de 55,6 em maio para 52,5 em junho.
Além disso, segundo informações divulgadas pela Reuters, a principal cidade produtora de aço da China, Tangshan, ordenou um corte na produção para julho em meio à deterioração da qualidade do ar.
As restrições aumentam as preocupações com as perspectivas de demanda de minério de ferro este ano no país, já que a recuperação econômica pós-pandemia parece ter perdido força no segundo trimestre.
Na bolsa de Cingapura, o minério de ferro referência para agosto subiu 0,7%, para US$ 109,60 a tonelada, revertendo as perdas registradas mais cedo. Na Dalian Commodity Exchange (DCE), o contrato do minério de ferro mais negociado para setembro terminou as negociações diurnas em alta de 0,7% — assim, a tonelada chegou ao preço de US$ 114,39.
“A Vale caiu, acompanhando uma previsão do mercado de queda de minério para os próximos meses com a desaceleração da China. Então, sem dúvida, isso vai apertar ainda as margens da empresa”, diz Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos e pós-graduado em análise financeira.
As ações da Vale fecharam o semestre com uma queda relevante de 26,16%.
Vale é liberada para operar na Barragem Torto de Brucutu, em MG
Na última segunda-feira (3), a Vale recebeu a aprovação da Licença de Operação na Barragem Torto pelo Conselho Estadual de Política Ambiental da Semad de Minas Gerais. A barragem Torto fica localizada no complexo de Brucutu, em Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo é uma estrutura autenticada com a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) desde junho de 2022.
Os planos da Vale para o terreno é de depositar rejeitos provenientes da usina de Brucutu, contando com sua planta de filtragem, para o processamento da maior parte do rejeito gerado. É possível ainda fazer o empilhamento em estado sólido, além de efetivar a produção de areia como coproduto, reduzindo-se, portanto, a dependência de barragens.
“O início gradual das operações da Barragem Torto permite a melhora substancial da qualidade média
do portfólio de produtos da Vale e maior produção de aglomerados, como pelotas e briquetes de
minério de ferro, através da substituição da produtos de alta sílica por produtos de alta qualidade,
como o pellet feed”, informou o comunicado assinado pelo Vice-Presidente Executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Gustavo Duarte Pimenta.
Com um mix de produtos aprimorado, a mineradora deve conseguir um valor mais alto sobre os preços com uma curadoria maior. Consequentemente, espera-se que isso reflita nos resultados da companhia mais para frente.
A expectativa da Vale é de conseguir alavancar sua produção de aglomerados de minério de ferro para 36 a 40 milhões de toneladas em 2023. Para 2026, a previsão é de bater as 50 a 55 milhões de toneladas.