Nesta quinta (9), a Vale (VALE3) fez seu ‘Tour do Investidor’, e aparentemente agradou o BTG Pactual (BPAC11). Em relatório assinado por Leonardo Correa e Caio Greiner, o banco aplaudiu o esforço da mineradora para cumprir com os crescentes desafios globais de descarbonização.
O banco reforçou sua recomendação de compra para a Vale, com preço-alvo de US$ 30, citando que a gestão da mineradora continua “altamente disciplinada na alocação de capital” e que continuará executando um modelo de negócios de “ativos leves”. Completa o relatório: ” Também acreditamos que a empresa continuará apresentando um progresso tangível no fronte ESG, retirando o desconto excessivo atualmente atribuído ao preço de sua ação.”
O banco acredita que a reação foi fraca até o momento, provavelmente, por uma combinação de fatores, “mas os investidores parecem estar esperando que os preços do minério de ferro se estabilizem após a volatilidade sem precedentes nas últimas semanas”, explica.
No evento, companhia também comentou sobre a crise energética no Brasil, apontando que vê poucos impactos em suas principais operações.
O BTG mostra que a estrutura energética é composta por 68% de autogeração, dos quais cerca de 90% vêm de fontes renováveis e quase 100% no Brasil.
Em um cenário de racionamento, a administração sinalizou que foi criado um mercado secundário de licenças de energia, permitindo a manutenção das operações. ” Se não for esse o caso, a empresa acredita que poderia preservar operações centrais (como minério de ferro, ferrovia e porto)”, salienta o documento.
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Vale propõe à Aneel pagamento de R$ 781 mi por repasses por usina paralisada
A Vale (VALE3) informou em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que apresentou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 27 de julho, termo de compromisso para neutralização dos repasses financeiros, provenientes dos agentes do setor elétrico, em razão da perda de geração de energia da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves após impactos do rompimento da Barragem de Fundão.
Segundo a companhia, a proposta prevê o pagamento de todos os valores decorrentes da paralisação da usina desde a tragédia em Mariana, em 5 de novembro de 2015, até dezembro de 2022, independente do resultado da ação que é movida pelo Consórcio Candonga. Os valores já repassados à usina serão corrigidos e estão estimados em cerca de R$ 781 milhões, e pagos na contabilização do primeiro mês posterior à data de início de vigência do Termo de Compromisso.
Os valores posteriores serão pagos mensalmente nas liquidações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) até dezembro de 2022, neutralizando assim todos os impactos nesse período, diz a companhia em comunicado.