Vale (VALE3) em Brumadinho: Justiça volta atrás com ação contra ex-CEO da empresa
Cinco anos após a tragédia em Brumadinho (MG), o então CEO da Vale (VALE3), Fábio Schvartsman, recebeu habeas corpus. A decisão de trancamento da ação penal foi feita pelos responsáveis legislativos, desembargadores do Tribunal Regional Federal da 6ª Região.
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Segundo os desembargadores, não há indícios de que Schvartsman foi “autor” do crime, em que é acusado de homicídio qualificado.
Além disso, há acusações de crimes contra a fauna e a flora da região onde aconteceu o rompimento da barragem de Brumadinho (MG).
A denúncia contra o ex-CEO da Vale foi feita em 2023 pelo Ministério Público Federal e acusava, além de Schvartsman, mais 15 pessoas físicas e jurídicas que seriam responsáveis pelo acontecimento.
Apesar da atual decisão envolvendo o ex-presidente, os demais réus continuam respondendo na Justiça.
Caso o MPF tenha novas provas contra Schvartsman, o executivo poderá ser denunciado novamente. Na avaliação da Câmara nesta semana, foi ponderado se ele possuía “indícios mínios de conduta criminosa”, sem levar em conta se ele é julgado culpado ou inocente pelos crimes.
Famílias de Brumadinho se revoltam com a decisão
O acidente do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho aconteceu no dia 25 de janeiro de 2019 e matou 272 pessoas. Até hoje, três vítimas continuam desaparecidas.
Com a notícia do trancamento, a Associação dos Familiares das Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da barragem em Brumadinho (Avabrum) pediu que o MPF recorra da decisão.
Segundo a organização, a decisão dos desembargadores provoca “perplexidade e revolta”.
Em entrevista à Agência Brasil, o delegado da Polícia Federal Cristiano Campidelli disse ser possível afirmar com segurança que Fábio Schvartsman estava presente em um painel onde houve uma discussão sobre a estrutura que colapsou.
O ex-presidente da Vale foi indiciado pela Polícia Civil em 2021, no inquérito de base para a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, ponto de início do processo criminal. Posteriormente, foi indiciado na investigação conduzida pela PF e concluída em novembro de 2021.