O Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) vendeu, nesta segunda-feira (16), uma participação na Vale (VALE3) que corresponde a R$ 2,5 bilhões. O banco público possuía cerca de 3,7% da mineradora por meio do braço de investimento em participações, o BNDESpar. Por volta das 16h30 (de Brasília), as ações da Vale subiam 1,42%, a R$ 64,15.
A venda de uma parte da participação do BNDES na Vale ocorre dias depois do fim do acordo de acionistas na mineradora, que mantinha a companhia sob controle de um grupo de grandes investidores institucionais -com o banco público entre eles. Não há informações sobre quem foi o comprador.
De acordo com informações do “Brazil Journal”, o BNDES vendeu 40 milhões de ações, a um preço de R$ 63,62. A venda foi feita via corretora Bradesco, e o Morgan Stanley foi o principal banco utilizado para a compra.
Em agosto, o BNDESPar levantou aproximadamente R$ 8 bilhões com a venda de papéis possuía na Vale, onde detinha cerca de 100 milhões de ações da mineradora, dando sequência a política da atual gestão de reduzir a exposição do banco público em empresas privadas.
Por isso, analistas apostavam que o BNDES poderia ser o primeiro a vender parte da participação na Vale, acabando com o acordo dos acionistas de vez.
Mercado é cético sobre grandes mudanças na Vale
O possível fim do acordo dos acionistas -que se aproxima com a saída do BNDES- pode abrir caminho para que a companhia tenha um controle difuso a partir de agora, o que levaria a Vale a um seleto grupo de empresas sem controladores da Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Com o fim do acordo de acionistas, a Vale pode ter até 20,25% do capital vendido ao mercado – percentual que corresponde à fatia do grupo controlador, que detém cerca de R$ 67 bilhões, conforme informou o jornal “O Globo” e se transformar em uma empresa sem grupo de controle acionário definido.
Por enquanto, o grupo de controladores é formado por Litel/Litela, holding que reúne os fundos de pensão de estatais como Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa), Petros (Petrobras) e Vivest (da antiga Cesp), além de Bradespar, Mitsui&Co e o braço de participações acionárias do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) , o BNDESPar.
Essas empresas controlam a Vale por meio de uma atuação conjunta, acordada em contrato que vence nesta segunda-feira, na qual conseguem eleger grande parte do conselho de administração da mineradora, influenciando os rumos da companhia.
Dessa forma, para que a Vale entre para o grupo de companhias com controle difuso, alguma dessas companhias citadas acima precisa se desfazer da participação.