Vale (VALE3) comemora condenação de Beny Steinmetz na Suíça
Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite do último sábado (23), a Vale (VALE3) comemorou a condenação de Beny Steinmetz, bilionário israelense, ex-controlador da BSGR e sócio da mineradora em uma antiga joint venture na República da Guiné. Ele foi condenado a cumprir cinco anos de prisão na Suíça.
O negócio entre a Vale e Steinmetz foi quebrado após ser revelada a prática de corrupção e suborno do empresário para garantir a exploração no país africano. Ele também terá de pagar uma multa de 50 milhões de francos suíços (cerca de R$ 308,79 milhões).
A companhia também disse que confia na Justiça brasileira para que Steinmetz não desvie o foco de seus crimes.
“A Vale tem confiança de que as autoridades brasileiras também não serão enganadas pelas contínuas tentativas de Steinmetz de inverter responsabilidades e desviar a atenção de seus atos corruptos”, afirma a companhia no documento.
A Vale ressalta que a decisão da Justiça suíça está de acordo com a sentença do Tribunal Arbitral Internacional de Londres, em abril de 2019, que considerou que a BSGR incorreu em fraude contra a mineradora ao ocultar os crimes.
O caso e a acusação de Steinmetz sobre a Vale
O tribunal suíço concluiu, com base nas provas obtidas pelo governo da Guiné e por testemunhas, que, em 2008, o Steinmetz corrompeu Mamadie Touré, a quarta esposa do então ditador guineano, Lansana Conté, com o objetivo de conseguir os direitos de exploração dos blocos 1 e 2 da mina de ferro de Simandou. A mina fica no no sudeste do país, e é a maior reserva de ferro ainda intocada no planeta.
Em 2010, o empresário vendeu metade do direito de exploração para a Vale, em um acordo de US$ 2,5 bilhões. A mineradora, contudo, só pagou US$ 500 milhões, pouco antes do negócio ser interrompido. Em 2015, quando a sociedade foi oficialmente desfeita, e a Vale processou Steinmetz na Corte de Londres.
No início do julgamento na Suíça, o empresário disse que a Vale tinha o objetivo de ficar com 100% de sua exploração no país africano e que a empresa “mentiu” no processo em que abriu contra ele.
Steinmetz declarou que ainda “existem novas coisas que vão sair e mostrar que a Vale mentiu durante o processo [em Londres]”, garantindo que ainda tem “possibilidade de ganhar”. Apesar da condenação, o bilionário vai recorrer da sentença em liberdade.
Com informações do Estadão Conteúdo.