Nas últimas duas semanas, os preços do aço na China despencaram quase 17%, um movimento cujo reflexo foi sentido pelas ações de mineradoras e siderúrgicas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). Mesmo assim, a expectativa da XP Investimentos é de que a Vale (VALE3) deve continuar a se beneficiar de prêmios de qualidade mais elevados.
Os analistas Yuri Pereira e Thales Carmo disseram ser interessante para a Vale a relação entre fortes prêmios de qualidade e margens mais baixas do aço.
Dados da China Iron and Steel Association (CISA), citados no relatório, mostram que as usinas chinesas produziram 2,38 milhões de toneladas por dia durante o período de 11 a 20 de maio, um montante 1,6% abaixo do recorde de 2,4 milhões. A entidade atribui a desaceleração aos alertas de Pequim sobre especulação excessiva no setor.
Soma-se a isso o fato de que as bolsas de Dalian (commodities) e de Shanghai (futuros) se comprometerem a fortalecer a supervisão e punir as violações de negociações não especificadas. O objetivo, segundo os analistas da XP, é aumentar as exigências de margem após os preços atingirem níveis históricos.
“Devido à menor produção em usinas menos eficientes para combater as emissões é necessário aumentar as taxas de utilização nas maiores usinas para aumentar a produção. Portanto, minérios de alta qualidade se tornam mais necessários”, explicaram.
A XP reiterou a perspectiva positiva para Vale, assim como para a CSN Mineração (CMIN3), mesmo com a possibilidade de novas quedas nos preços de minério de ferro.
Além disso, uma forte geração de caixa pode resultar em maiores dividendos, destacaram.
Última cotação de VALE e CMIN
As ações da Vale fecharam o pregão de hoje em alta de 2,94%, a R$ 110,20, enquanto os papéis da CSN Mineração recuaram 0,66%, para R$ 9,06.