Em relatório mais recente sobre o setor de siderurgia e mineração, o Itaú BBA manteve a recomendação para as ações da Vale (VALE3), mas rebaixou a de CSN (CSNA3), em linha com um momento considerado desafiador para os preços globais do aço, acompanhado de um ambiente fraco para a procura de minério de ferro na China.
No caso da Vale, o banco decidiu por manter a recomendação para as ações da mineradora negociadas em Nova York em ‘outperform’, equivalente a ‘compra’, mas reduziu o preço-alvo de US$ 17,00 para US$ 14,00. “A revisão para baixo se deve principalmente à incorporação da nossa nova curva de preços de minério de ferro”, explicam os analistas.
Agora, o Itaú BBA enxerga as ações da Vale (VALE3) sendo negociadas a um EV/Ebitda de 2024E de 4,3 vezes. “Embora reconheçamos a fraca dinâmica do preço do minério de ferro, vemos uma desvantagem limitada para o estoque nos níveis atuais”, completa o banco.
Já em relação à CSN, o rebaixamento das ações para ‘underperform’, o equivalente a ‘venda’, ocorreu devido à fraca avaliação e ao forte ciclo de investimentos na divisão de mineração nos próximos anos. O Itaú BBA também reduziu o preço-alvo para ações da CSN de R$ 20,00 para R$ 15,00, implicando uma desvantagem potencial de 2%.
O rebaixamento da recomendação para os papéis da CSN (CSNA3) faz, inclusive, com que das ações da companhia caiam nesta quinta-feira (4) no Ibovespa. No intradia, as ações de CSN caíam 0,72%, cotadas a R$ 15,23.
Cotação CSNA3
Diante deste cenário, o Itaú estima que o Ebitda da CSN em 2024 chegue a R$ 9,45 bilhões, ante R$ 12,8 bilhões na estimativa anterior, principalmente devido aos menores preços realizados do minério de ferro e menores preços domésticos do aço.
“Vemos um geração de fluxo de caixa livre (FCF) negativo devido à forte implementação de investimentos em mineração até 2028, e a CSN sendo negociada a um EV/Ebtida em 2024 de 6x”, completa a casa.
Vale (VALE3) está em discussões avançadas com governo sobre condições para investimentos em ferrovias
A Vale comunicou ao mercado nesta quarta-feira (3) que está em “discussões avançadas” com o Ministério dos Transportes sobre as condições gerais para otimização dos planos de investimentos dos contratos de concessão da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM).
A mineradora afirmou que atualmente, executa regularmente os investimentos nas duas ferrovias nos termos estabelecidos e divulgados ao mercado em 16 de dezembro de 2020.
“Neste sentido, a Vale informará o mercado caso qualquer compromisso material seja estabelecido no âmbito das negociações, em linha com a legislação vigente”, disse.
Também nesta quarta-feira (3), a Vale informou que tomou conhecimento sobre uma decisão do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), que suspendeu a liminar que autorizava o funcionamento da Mina de Onça Puma.
Em fevereiro de 2024, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Pará (Semas) havia suspendido a licença de operação (LO) da mina, alegando descumprimento de condicionantes ambientais.
“Após a decisão da Semas, a Vale ajuizou Tutela Provisória de Urgência, tendo o juízo de primeira instância de Ourilândia, em 26 de fevereiro de 2024, restabelecido a vigência e validade da LO. Em 1º de março, o Estado interpôs recurso de agravo de instrumento para o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, que proferiu a decisão de hoje, suspendendo a decisão de primeira instância e, por conseguinte, suspendendo a LO”, informou a Vale, acrescentando que “adotará as medidas judiciais cabíveis para buscar reverter a decisão perante o TJPA, assim como nos tribunais superiores em Brasília”, informou.
Desempenho das ações de Vale (VALE3)
No intradia, as ações de Vale caíam 0,39%, cotadas a R$ 60,81.
Cotação VALE3