Vale (VALE3): BB-BI aumenta preço-alvo e mantém compra com upside de 20%

Após a realização do evento com investidores da Vale (VALE3) na última quarta (2°), a equipe de análise do BB Investimentos revisou suas estimativas para a empresa em 2021 e aumentou seu preço-alvo para R$ 99 e US$ 19 e ainda recomendou a compra da ação. Nesta sexta-feira (12), as ações da companhia são negociadas por R$ 81,64 perto das 11h00.

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O BB-BI acredita que a retomada econômica global, empurrada pela demanda chinesa, deverá manter os preços do minério de ferro mais altos do que as projeções anteriores. Mesmo que a commodity caia de preço, segundo o banco, a eficiência e o baixo custo de produção da Vale limitariam as perdas.

Também ajuda na melhoria das previsões sobre a Vale a possibilidade de uma revisão de rating com o encaminhamento dos desastres ambientais e humanos de Brumadinho e Mariana, além da retomada do pagamento de dividendos.

Desde agosto, a mineradora distribuiu R$ 3,82 por ação relativos a dividendos de JCP de 2019 e 2020.

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Vale Day anima analistas

No Vale Day, chamou a atenção dos analistas do BB-BI o fato da diretoria da empresa reforçar a busca pelo aumento da segurança e da excelência operacional.

“A Vale tem constantemente reforçado sua ambição de se tornar a mineradora mais segura e confiável do mundo”, afirmam o analista Victor Penna, que assina o relatório.

Até agora, são 29 obras com ênfase nesse questão, além da diminuição significativa do uso de barragens.

Em 2015, o minério extraído de minas com esse tipo de infraestrutura representava 60% da produção da Vale.

O aguardado é que até 2022, 86% da produção desse produto utilize outros métodos de processamento.

Os analistas elogiam também as iniciativas da Vale frente a tragédia de Brumadinho. O diálogo com autoridades sobre formas para reparar os danos causados continuam.

A Vale já desembolsou US$ 2,6 bilhões em indenizações e em reparos ambientais e, até o fim de 2020, deve desembolsar mais US$ 2,7 bilhões.

O preço total da indenização não foi definido, mas estima-se algo próximo a R$ 29,6 bilhões.

Outro ponto de destaque aos olhos dos analistas, é que diretoria da Vale afirma estar em busca incessante para implementar iniciativas ESG. A meta de redução de carbono de escopo 1 e 2 é de 33% até 2030 e zerar a emissão até 2050.

Até 2030 a companhia quer ter 100% de energia limpa e recuperar 50 mil hectares de floresta.

No pilar social, a Vale se compromete a contribuir para o desenvolvimento das regiões onde atua com infraestrutura urbana e educação.

Patamar de produção pré-Brumadinho deve voltar em 2022

A Vale espera alcançar a produção de minério de ferro pré-Brumadinho, de 400 Mtpa por ano, em 2022.

A companhia vem investindo também na qualidade dos produtos, com a participação dos produtos premium no portfólio chegando a 90% no futuro (contra 84% hoje).

Apesar disso, a mineradora diminuiu o guidance da produção de minério de ferro para 2020 de 310-330 Mt para 300-305 Mt, por conta de chuvas acima da média na região Norte.

Em 2021, o número foi de 375-395 Mt para 315-335 Mt. Apesar da diminuição do guidance, a meta de atingir o nível pré- Brumadinho não é alterada.

A Vale aposta também que irá aumentar sua produção e produtividade, reduzindo os custos do minério, hoje em US$ 13,6 por tonelada, para algo entre US$ 10,5 e US$ 12. O custo de frete também deve cair.

Em outros metais, como cobre e níquel, a companhia segue com projetos de crescimento relevantes da capacidade de produção.

No que se baseou a revisão de preço-alvo da Vale

Os analistas do BB Investimentos veem o desempenho da Vale no terceiro trimestre de 2020 como positivo.

O recorde de produção trimestral, com cerca de uma tonelada por dia, sugere que a companhia conseguirá bater parte da sua meta expansão de produção e de produtividade.

A receita líquida crescendo, principalmente com aumento no volume de finos de minério, e o Ebitda ajustado, que desconta as despesas relacionadas a Brumadinho e à Covid-19, no maior nível desde o primeiro trimestre de 2014 surpreenderam.

O lucro líquido, de US$ 2,9 bilhões, crescendo 75,8%, também.

O resultado financeiro negativo em US$ 1,36 bilhão não impacta no caixa e é reflexo da marcação a mercado das debêntures e reavaliação de garantias financeiras.

A Vale vem tentando reduzir sua alavancagem, pretendendo diminuir sua dívida de US$ 11 bilhões para US$ 6,8 bilhões em 2023. A postergação de investimentos e a diminuição do guidance para 2020 e 2021 seguem essa linha.

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Vitor Azevedo

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