Na noite desta quinta-feira (24), a Vale (VALE3) reportou seu balanço do terceiro trimestre deste ano. Entre os destaques, a companhia registrou lucro líquido de US$ 2,412 bilhões, queda de 15% na base anual, mas acima do consenso de US$ 1,709 bilhão.
Após a divulgação dos resultados da Vale, algumas casas de análise emitiram suas opiniões sobre os números. Confira a seguir as visões do Itaú BBA, do BTG Pactual e do Goldman Sachs.
Itaú BBA
A casa classificou o resultado como positivo, chamando a atenção para o EBITDA ajustado de US$ 3,7 bilhões, 12% acima de sua previsão e 6% acima do consenso do mercado, apesar de uma queda de 21% ano a ano (YoY).
De acordo com os analistas, o bom desempenho foi impulsionado por custos menores do que o esperado e uma melhor realização de preços de minério de ferro.
No entanto, a casa chama a atenção para o fato de que a geração de fluxo de caixa livre (FCF) permaneceu fraca, com US$ 179 milhões, e a dívida líquida expandida subiu para US$ 16,5 bilhões, devido a provisões adicionais relacionadas à Samarco e pagamentos de dividendos.
A divisão de metais básicos teve um EBITDA mais fraco, com destaque para o níquel, que registrou EBITDA negativo de US$ 66 milhões, compensado por um desempenho melhor no cobre. Apesar dos desafios, a melhora nos custos deve continuar ao longo do ano, projeta o BBA.
A casa tem recomendação outperform (compra) para as ações da Vale (VALE3), com preço-alvo de US$ 13 para as ADRs negociadas em Nova York.
BTG Pactual
A casa também enxerga o balanço da Vale como positivo, destacando a melhora no negócio de minério de ferro, apesar da decepção com o FCF.
O EBITDA foi de US$ 3,7 bilhões, 8% acima da previsão do banco, impulsionado por maiores embarques e melhores preços realizados de minério de ferro.
A empresa também apresentou forte disciplina de custos, dizem os analistas, com o custo C1 caindo para US$ 18,2/tonelada em setembro. No entanto, o fluxo de caixa livre foi praticamente inexistente, pressionado por despesas adicionais e resultados fracos no níquel.
O banco manteve uma recomendação neutra para as ações VALE3, citando um ambiente de fluxo de caixa estressado e baixos dividendos, mas reconheceu o progresso nas operações e o potencial de acordo com o governo sobre a Samarco.
Goldman Sachs
Os analistas entendem que os números da Vale no 3T24 vieram em linha com as expectativas. A casa, contudo, chama a atenção para a melhoria atribuída à queda nos custos de minério de ferro, com o breakeven de EBITDA caindo para US$ 61,4/tonelada.
Os analistas reiteraram sua recomendação de compra para a Vale, citando o potencial de melhoria operacional e uma reavaliação das ações após o acordo sobre a Samarco e a melhora contínua nos custos.