Vale (VALE3): aumento de dividendos virá com excedente de caixa

A Vale (VALE3) anunciou o pagamento de R$ 22,5 bilhões em dividendos na noite da última quinta-feira (25). Embora ainda aquém de seu histórico, o valor está adequado com a atual estrutura de capital, salientou a empresa. No entanto, os valores a serem distribuídos aos acionistas devem aumentar com o futuro “excedente de caixa”.

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“Estamos confiantes de que poderemos gerar excedente de caixa e utilizá-lo para o pagamento de dividendos, que podem ser substanciais no futuro”, disse Eduardo Bartolomeo, CEO da Vale, em teleconferência de resultados nesta manhã.

O executivo relembrou que neste mês a empresa fechou um acordo com o governo de Minas Gerais para o pagamento de R$ 37,7 bilhões em indenizações no caso da tragédia de Brumadinho.

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“Fechamos um acordo que consome bastante caixa e que tem um impacto em nosso balanço, mas isso não nos impediu de distribuir os proventos“, salientou. “Temos uma perspectiva bastante positiva.”

Luciano Siani, CFO da companhia, salientou que entre o começo do segundo semestre de 2020, e o término do primeiro semestre deste ano, “a Vale terá pago US$ 7,3 bilhões em dividendos. Esse é o maior dividend yield entre os players do segmento”.

“Gostaríamos de olhar a perspectiva do pagamento dos proventos por um outro ângulo. Mesmo em um momento em que a companhia colocou sob seus ombros um conjunto imenso de compromissos, na ordem de US$ 6 bilhões para os próximos trimestre, ainda sinaliza um sólido pagamento aos acionistas”, disse Siani.

Quando questionados acerca das oportunidades que a Vale enxerga no mercado para os próximos trimestres, os executivos se mostraram bullish com o cobre, que está próximo da máxima histórica, atingida em 2011. “Não pensamos em fazer hedge sobre os altos preços da commodity, queremos acelerar os projetos com cobre”, afirmou.

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Os negócios com minério de ferro, que disparou nos últimos meses, consome um pouco de caixa, segundo a empresa, mas possui um Capex “moderado e confortável”. O níquel, por sua vez, também está sendo negociado acima das expectativas. “Estamos olhando o cenário com muito bons olhos”, afirmou Bartolomeo.

Vale reconhece defasagem com aspecto social

Bartolomeu, na teleconferência em que o SUNO Notícias esteve presente, reconheceu que a empresa ainda está defasada na parte social do ESG. A sigla que remete às premissas de boa gestão do meio ambiente, de aspectos sociais e de governança corporativa.

“Recentemente criamos uma diretoria executiva ligada à sustentabilidade. Fomos entendendo o tema, assumindo compromissos bastante ousados, sobretudo na questão climática. Mas precisamos diminuir o gap no “S” do ESG, principalmente no aspecto da segurança e de movimento junto à comunidade”, afirmou o CEO.

O executivo salientou que a contratação de Maria Luiza de Oliveira Pinto e Paiva, que assumiu a Diretoria Executiva de Sustentabilidade na última semana, trará “músculos mas também inteligência no ESG”.

Por volta das 11h55 desta sexta-feira, as ações ordinárias da Vale eram negociadas a R$ 95,75, com uma leve alta de 0,04%.

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Jader Lazarini

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