Após acidentes, Vale (VALE3) aposenta navios petroleiros convertidos
A Vale (VALE3) anunciou nesta segunda (14), em comunicado ao mercado, que concluiu ontem, na China, sua última entrega de carga transportada em navios convertidos.

Os navios convertidos, até então usados pela mineradora, são antigos petroleiros (VLCCs) adaptados para transportar minério de ferro (VLOCs).
A decisão vem em meio a mudanças da companhia na sua gestão de risco, iniciada em janeiro de 2020, e, com isso, a Vale apelou para rescisão antecipada e por alterações em contratos relevantes ao aluguel dessas embarcações.
Ainda em comunicado, a mineradora afirmou que presará pela sua competitividade de frete através de contatos mais longos e com o uso de embarcações mais eficientes e modernas, como o Valemax e o Guaibamax.
A companhia já havia informado, anteriormente, que pretendia derrubar os custos de frete à medida em que o volume transportado por estas frotas, que têm custos de transporte cerca de 30% menor, aumentasse.
Vale já havia cancelado afretamento de VLOCs por conta de acidentes
Em abril de 2020, a Vale cancelou o afretamento de 25 petroleiros adaptados após um acidente envolvendo um deles.
Em fevereiro deste ano, o Stellar Banner, navio convertido construído em 2016 da sul-coreana Polaris Shipping, usado para transportar produtos da Vale, sofreu avaria e encalhou carregado com 295 mil toneladas de minério, após deixar o Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão.
O navio ficou mais de três meses encalhado e, posteriormente, a marinha brasileira realizou uma operação para retirar o minério da Vale transportado nele e afundá-lo.
Em 2017, uma embarcação do mesmo tipo e da mesma empresa coreana naufragou no meio do Atlântico, em um acidente que deixou 22 desaparecidos após sair do Terminal Marítimo da Ilha de Guaíba, com destino à China, também carregado com 260 mil toneladas de minério de ferro da mineradora brasileira.
A Vale não foi responsabilizada pelos acidentes, cabendo à empresa sul-coreana, Polaris Shipping, responder por eles.