Vale (VALE3): analistas preveem salto de 43% das ações, mesmo após recuo da produção no 3T23; veja por quê

O BB Investimentos avaliou como neutro os números reportados pela Vale (VALE3) sobre sua produção de minério de ferro para o terceiro trimestre de 2023 (3T23). No entanto, analistas acreditam que os dados do relatório podem favorecer o balanço que será divulgado na próxima semana. A partir disso, o BB-BI elevou sua recomendação para compra das ações, de olho também no cenário externo.

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Segundo a corretora, os preços mais altos de minério com avanço operacional devem ajudar a Vale a ter um crescimento consolidado de receita e Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de dois dígitos, enquanto a divisão de metais apresenta “alguns desafios a serem endereçados nos próximos trimestre”s.

Além disso, a equipe do BB Investimentos acredita que os dados econômicos divulgados pela China e os sinais sobre novos estímulos a serem adotados devem voltar a impulsionar o papel no curto prazo.

Dessa forma, o BB Investimentos eleva a recomendação de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 94, upside de 43% para as ações da Vale, cotadas hoje a R$ 64,42.

A Vale reportou que sua produção de minério de ferro sofreu uma redução de 4% no terceiro trimestre de 2023 frente à comparação anual, totalizando 86,238 milhões de toneladas.

Para os analistas, o grande destaque foi a produção de cobre da Vale impulsionada pela melhoria no desempenho operacional de Salobo III, que ainda está em fase de aumento de produção (ramp-up). A produção de cobre atingiu 81,6 mil toneladas, representando um aumento de 9,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“As vendas da Vale foram de 73,8 mil toneladas, alta 4,7% na base anual, em linha com a maior produção no período, mesmo que parte do embarque tenha sido postergado para o 4T23”, diz o BB-BI.

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Vale registra queda na produção no 3T23

A queda na produção da Vale ocorreu, segundo a Vale, com a menor produção de minério bruto (ou run-of mine no jargão técnico) do complexo de Paraopeba e à menor produção de Serra Norte.

De acordo com a empresa, a qualidade geral melhorou com o teor de ferro aumentando 87 pontos base ano a ano, resultado da maior produção no S11D (mina de Carajás) e da maior produção de partículas finas (ou pellet feed) de Brucutu com o comissionamento da barragem de Torto, aumentando a produção de pelotas em 11% ano a ano.

As vendas atingiram 69,7 milhões de toneladas, aumento de 6,6% ante igual período do ano passado e de 10% na comparação sequencial. As vendas de finos e pelotas de minério de ferro aumentaram 4,4 milhões de toneladas na comparação anual, com a venda de estoques do primeiro semestre e aproveitando as condições favoráveis do mercado.

A produção do Sistema Sul diminuiu 2,6 milhões de toneladas, principalmente devido à menor produção de ROM e às vendas do Complexo Paraopeba, além da parada temporária das operações de Viga devido à manutenção pontual do rejeitoduto.

Produção de pelotas sobe

produção de pelotas foi de 9,17 milhões de toneladas, aumento de 11% na comparação anual, impulsionada por um aumento no fornecimento de pellet feed de Brucutu e Itabira. Na comparação com o trimestre anterior, o avanço foi de 0,7%.

Em agosto, a Vale iniciou os testes de comissionamento da primeira de duas plantas de briquete de minério de ferro em Tubarão. Após o ramp-up, a capacidade combinada atingirá 6 milhões de toneladas por ano.

As vendas do pelotas somaram 8,6 milhões de toneladas no terceiro trimestre, aumento de 1,1% na comparação anual, mas recuo de 2,2% na sequencial.

O preço realizado de finos de minério de ferro foi de US$ 105,1 por tonelada, alta de 13,5% ante igual período do ano passado, incremento em grande parte atribuído a preços de referência mais altos de minério de ferro (US$ 10,7/t maior na comparação anual) e a um impacto positivo de ajustes de preços (US$ 2,1/t na comparação anual).

O preço realizado das pelotas, por sua vez, foi de US$ 161,2 a tonelada no trimestre, queda de 17% ante igual período do ano passado e suave avanço de 0,5% na comparação sequencial.

O prêmio all-in totalizou US$ 3,8 por tonelada, US$ 2,8 menor na comparação anual, principalmente devido aos menores prêmios de pelotas. Trimestre contra trimestre, o prêmio all-in foi ligeiramente menor, impulsionado por prêmios de mercado mais baixos, uma vez que as usinas siderúrgicas têm preferido finos de menor qualidade devido à redução nas margens de aço. Isso foi parcialmente compensado por um mix de vendas de portfólio de produtos superior, com uma participação maior dos volumes do Sistema Norte.

Vale: produção e vendas de cobre têm alta

produção de cobre aumentou 10% na comparação anual, principalmente devido ao contínuo lançamento de Salobo III, com o complexo de Salobo atingindo, em setembro, o maior nível de produção mensal desde julho de 2019.

As vendas de cobre aumentaram 8% no mesmo intervalo de tempo, seguindo os maiores volumes de produção.

Níquel: queda de 19%

A produção de níquel diminuiu 19% em base anual, em linha com o planejado, principalmente com a transição contínua de Voisey’s Bay para operações subterrâneas e manutenção adicional na refinaria de Sudbury (no Canadá) no terceiro trimestre.

As vendas de níquel da Vale diminuíram 12% no ano, em linha com a produção.

Desempenho das ações da Vale

Cotação VALE3

Gráfico gerado em: 19/10/2023
1 Ano

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Vinícius Alves

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