Ícone do site Suno Notícias

Vale (VALE3): eficiência operacional X incerteza macroeconômica

Vale (VALE3)

Vale (VALE3). Foto: Agência Vale

Os resultados do quarto trimestre de 2024 da Vale (VALE3) vieram em linha com as expectativas do mercado, mas os analistas do Goldman Sachs e do BTG Pactual apresentam leituras distintas sobre o desempenho e as perspectivas da mineradora.

Enquanto o Goldman Sachs mantém uma postura otimista, destacando ganhos operacionais e oportunidades de valorização, o BTG Pactual prefere uma abordagem mais cautelosa, ponderando riscos macroeconômicos e a fragilidade dos preços do minério de ferro.

Goldman Sachs: Eficiência operacional e potencial de valorização

Para o Goldman Sachs, a VALE3 continua a demonstrar avanços na eficiência operacional, com uma redução significativa no custo de produção do minério de ferro para US$ 49,5/t, o menor patamar desde o quarto trimestre de 2022.

Apesar de um impairment de US$ 2 bilhões relacionado aos ativos de níquel em Voisey’s Bay e Thompson, a casa acredita que o mercado deve reagir de forma marginalmente positiva aos balanço da Vale.

A divisão de metais básicos da Vale também surpreendeu positivamente, com EBITDA acima das projeções devido a custos menores em níquel e cobre. Outro ponto de destaque foi a melhoria no retorno ao acionista, com a empresa anunciando um novo programa de recompra de ações e um corte de 9% no capex para 2025.

No entanto, a casa reconhece desafios, como a incerteza nos preços do minério de ferro e as preocupações macroeconômicas relacionadas à China e às relações comerciais com os EUA.

Ainda assim, o Goldman Sachs reafirma sua recomendação de compra para as ações da Vale, com um preço-alvo de US$ 16 para os papéis negociados em Nova York, destacando que a mineradora negocia com um desconto de 24% em relação aos pares no múltiplo EV/EBITDA 2025.

BTG Pactual: Cautela diante do ambiente macroeconômico desafiador

Já o BTG Pactual adota um tom mais moderado em sua análise. A casa considera os resultados da Vale “decentes”, com EBITDA de US$ 4,1 bilhões em linha com o consenso de mercado, impulsionado pela redução de custos do minério de ferro e um EBITDA mais forte no cobre.

Entretanto, os analistas destacam a fraca geração de fluxo de caixa livre, que resultou em um yield anualizado de apenas 8%, além de um EBITDA deprimido no níquel.

A Vale anunciou uma redução no capex para 2025 (de US$ 6,5 bilhões para US$ 5,9 bilhões) e distribuiu um dividendo total de US$ 2 bilhões, incluindo um dividendo extraordinário de US$ 500 milhões, além de um novo programa de recompra de ações.

Apesar desses sinais positivos, o BTG prefere manter recomendação neutra para as ações VALE3, com preço-alvo de US$ 11 para os ativos negociados em Nova York.

A casa destaca que, apesar dos avanços operacionais, ainda existem desafios estruturais, como a fragilidade da economia chinesa e o impacto no mercado de aço, que podem pressionar o preço do minério de ferro.

O BTG também alerta para o risco de revisões negativas para a Vale ao longo de 2025, uma vez que os preços do minério estão sendo modelados em US$ 95/t para o ano, abaixo dos US$ 107/t praticados no mercado spot.

Sair da versão mobile