Vale (VALE3) enfrenta ação bilionária na Holanda referente ao rompimento da barragem de Mariana (MG)
A Vale Holdings, subsidiária integral da Vale (VALE3) sediada em Amsterdam, na Holanda, recebeu ordens judiciais determinando, em caráter antecipatório e preliminar, o bloqueio das ações detidas pela mineradora na referida subsidiária e direitos econômicos a ela atrelados, em garantia do valor aproximado de 920 milhões de euros.
Segundo a Vale, as medidas foram concedidas em antecipação a uma ação judicial de responsabilidade a ser proposta por determinadas pessoas, físicas e jurídicas, que alegam terem sido afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco, em 05 de novembro de 2015, em Mariana (MG).
“O fato de os bloqueios terem sido concedidos não representa uma avaliação quanto ao mérito, seja processual ou material, dos pedidos a serem formulados nessa futura demanda judicial. A Vale avaliará oportunamente os termos dessa ação e apresentará a sua defesa, inclusive quanto à jurisdição dos Tribunais Holandeses para tratar dessas questões”, pontuou a mineradora.
Além disso, disse a Vale, “a futura demanda judicial aparenta pretender replicar questões já tratadas e cobertas no Brasil, seja por processos judiciais, seja pelo trabalho extrajudicial de reparação em curso pela Fundação Renova, entidade criada para a reparação de todos os danos causados pelo rompimento, conforme acordos celebrados com a União Federal, os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e as instituições de justiça brasileiras”.
A mineradora acrescenta ainda que até 29 de fevereiro de 2024, foram destinados R$ 36,5 bilhões às ações de reparação e compensação a cargo da Fundação. Desse valor, R$ 14,1 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,7 bilhões em auxílios financeiros emergenciais, totalizando R$ 16,8 bilhões para cerca de 450 mil pessoas.
Vale (VALE3) é responsável por 50% da queda do Ibovespa em 2024
Com ruídos sobre o processo sucessório do CEO e quedas contínuas na cotação do minério de ferro, a Vale sofre na bolsa de valores uma queda de 22% no acumulado de 2024, sendo negociada abaixo dos R$ 60 por ação ordinária atualmente.
Segundo dados da Valor Data, a companhia responde por 50% da queda do Ibovespa neste ano de 2024. Com essa influência da Vale, o índice cai 4,5% desde o início do ano.
Esse cenário também sofre influência da Petrobras (PETR4), que passou a conta com queda das ações recentemente após não divulgar dividendos extraordinários que eram muito aguardados.
Os papéis amargaram uma queda de 10% em um só pregão e estão quase 4% abaixo do preço do primeiro pregão do ano de 2024.
No caso da Vale, os ruídos sobre a possibilidade de Guido Mantega ser o novo CEO ocasionaram quedas sucessivas nos papéis VALE3. Além disso, o ceticismo do mercado com a recuperação do setor imobiliário chinês tem penalizado a cotação do minério de ferro.
Em março, a renúncia de um dos conselheiros de administração da companhia também tomou conta do noticiário.
José Luciano Duarte Penido, que era um conselheiro independente, votou contra a recondução de Eduardo Bartolomeo para o cargo de CEO da Vale. Voto vencido, o conselheiro divulgou uma carta em que alegou ‘manipulação’ no processo sucessório e também disse que há uma “nefasta influência política” dentro da mineradora.
Desempenho das ações de Vale (VALE3)
Cotação VALE3