Vale: Talude em Barão de Cocais se desloca 20 cm e pode romper a qualquer momento

O talude da mina da Vale em Barão de Cocais (MG) atinge um deslocamento de 20 centímetros em alguns pontos. Assim, a informação é da Agência Nacional de Mineração (ANM). O órgão afirma ainda que a movimentação do paredão na parte inferior chega a 15,5 cm por dia. A estrutura pode se romper a qualquer momento neste domingo (26).

No sábado (25), o talude chegou a se deslocar 19 cm em alguns pontos isolados. A movimentação do talude da Vale foi identificada ainda em 2010. Entretanto, o deslocamento era de 10 cm por ano até os últimos meses.

Ao final de abril, foi verificada uma aceleração desta velocidade média, que passou para 5 cm por dia. Na ultima semana, o deslocamento passou a 7 cm por dia, chegando agora aos 20.

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Vale em Barão de Cocais

O talude é um paredão que fica acima da cava de mineração da mina de Gongo Soco. Assim, esse mina está cheia de água. Além disso, o talude está a apenas 1,5 quilômetros da Barragem Superior Sul.

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Dessa forma, a maior preocupação decorre do fato de um desabamento em cadeia. Ou seja, se o talude se romper, pode causar o rompimento de mais uma barragem da Vale em Minas Gerais. Caso isso ocorra, uma nova inundação de lama poderia atingir o município de Barão dos Cocais. Tal barragem está em nível de alerta 3 (grau máximo) desde março. Se houver o rompimento, será o terceiro desastre do tipo, sendo o segundo em quatro meses.

Outra preocupação é também sobre a possibilidade da água da cava de mineração transbordar e atingir rios. Contudo, o desastre seria menor do que o rompimento do talude e da barragem.

A ANM afirma que não é possível prever o momento exato em que a estrutura vai se romper. Entretanto, as chances de que isso ocorre ainda neste fim de semana são grandes.

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Mariana e Brumadinho

O desastre de Mariana (MG) é considerado o maior do Brasil. O rompimento da barragem do Fundão provocou a morte de 19 pessoas, além de deixar centenas de outros indivíduos desabrigados em novembro de 2015.

O Rio Doce foi poluído por consequência dos rejeitos dos 55 milhões de metros cúbicos de lama que a barragem segurava. Tal rio, com leito de 853 quilômetros (km), percorreu diversas cidades, até desaguar no mar do Espírito Santo.

No mar, a poluição atingiu um raio de 80 km. A população atingida, desde Mariana até o mar, soma 1,2 milhão em 39 municípios entre Minas Gerais e Espírito Santos. Mais de dois mil hectares de terras foram inundadas, e, consequentemente, tornaram-se inutilizáveis para plantio.

A Samarco foi a empresa responsável pelo rompimento da barragem. A empresa é uma joint-venture (conjunta) entre a Vale e a BHP Billiton.

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Quase quatro anos depois do desastre de Mariana, a barragem 1 de rejeitos da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) foi rompida no dia 25 de janeiro de 2019. A mina, localizada na área metropolitana de Belo Horizonte, também é de propriedade da Vale.

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Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 241 pessoas morreram com o rompimento da barragem da tragédia de Brumadinho.

O acidente gerou uma avalanche de lama, que liberou em torno de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de rejeitos. A lama destruiu parte do centro administrativo da empresa em Brumadinho, e arrastou casas e até uma ponte. A barragem da Vale rompida fazia parte do complexo de Paraopeba.

Beatriz Oliveira

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