Vale reserva US$ 1,9 bi para descomissionamento de barragens

A Vale (VALE3) divulgou em comunicado que US$ 1,9 bilhão (cerca de R$ 7,4 bilhões) será provisionado para acelerar o descomissionamento de nove barragens que contém rejeitos da mineração de minério de ferro. A provisão ainda faz parte das medidas tomadas pela mineradora em detrimento do rompimento da barragem de Brumadinho (MG) em 25 de janeiro deste ano.

Após a tragédia de Brumadinho, a Vale já havia anunciado o descomissionamento das barragens. O novo comunicado foi divulgado na última sexta-feira (7). Segundo a mineradora, o cronograma seguinte será seguido:

  • 2 serão completamente descomissionadas em 3 anos
  • 5 serão transformadas em a jusante antes do descomissionamento
  • 2 terão seu fator de segurança aumentado dentro de 3 anos antes do
    descomissionamento

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De acordo com a Vale, a operação terá despesas de:

  • 2019: entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões;
  • 2020: cerca de US$ 500 milhões;
  • próximos anos: entre US$ 150 milhões e US$ 200.

As barragens que serão descomissionadas são similares àquelas de Mariana (MG) e de Brumadinho. E estão concentradas em Minas Gerais.

Descomissionar, informou o presidente da Vale, significa deixar de ser barragem. Ou seja, a área é esvaziada e/ou integrada ao meio ambiente.

As barragens a serem desligadas utilizam o método de alteamento a montante em sua estrutura. Assim, apesar de serem comuns e possuírem baixo custo de implantação, especialistas consideram essa variedade de barragem menos segura, por conta dos riscos de acidentes.

O método de alteamento a montante é constituído pela construção de degraus, assim que a barragem enche. Sobre um dique predisposto.

Clique aqui e confira o comunicado da Vale na íntegra.

Saiba mais – Blocos do talude da Mina de Gongo Soco da Vale se desprendem

Vale, Brumadinho e Mariana

O rompimento da barragem 1 da mina Córrego do Feijão no município de Brumadinho concentrou as atenções da esfera pública brasileira em janeiro de 2019.

De propriedade da mineradora Vale, a liberação de 13 milhões de metros cúbicos (m³) de lama, consequência do colapso da barragem, afetou a área administrativa e arredores da companhia. Dentre as vítimas estão moradores e funcionários.

Até o momento, foram confirmadas pela Defesa Civil de Minas Gerais:

  • 245 mortes;
  • 25 pessoas desaparecidas.

Há menos de quatro anos atrás, em 5 de novembro de 2015, o Brasil parava para assistir ao desastre de Mariana, também em Minas Gerais.

O rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, no município de Mariana, deixou 19 mortos e centenas de desabrigados.

A Samarco é uma joint-venture (empresa conjunta) controlada pela BHP Billiton e pela Vale.

Amanda Gushiken

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