A Vale entregou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) um plano para a descaracterização de quatro barragens da empresa. Isso porque as barragens foram colocadas em nível 3 de segurança, o que significa que elas podem ruir a qualquer momento.
A descaracterização das barragens é basicamente o desmonte da estrutura. No entanto, o tamanho da barragem é o que determina quanto tempo leva para essa descaracterização. As estruturas da Vale estão localizadas em Barão de Cocais, Nova Lima, distrito dos Macacos e Ouro Preto.
De acordo com a legislação estadual, as empresas tinham até a última terça-feira (28) para apresentar planos que envolvessem exclusivamente barragens a montante.
O método a montante é considerado de risco por conta do elevado poder de destruição em caso de rompimento. Exemplos disso são os casos da barragem de Fundão, em Mariana, que se rompeu em 2015 e matou 19 pessoas, e o mais recente rompimento, em Brumadinho, neste ano, que matou 244 pessoas.
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Planos de descaraceterização
Os 21 planos de descaracterização de um total de 48 barragens construídas a montante ainda não foram entregues ao Semad até a última terça-feira. De acordo com a secretaria, “existe a possibilidade de que algum documento tenha sido protocolado em uma das nove superintendências regionais de meio ambiente e ainda tenha sido identificado”.
Das 21 barragens, três são da Vale, sendo elas:
- Doutor – Ouro Preto;
- Conceição – Itabira;
- Campo Grande – Mariana.
De acordo com a Vale, essas barragens “não integram a lista de barragens que irão ser descaracterizadas porque ambas não foram construídas pelo método a montante. Conceição tem método construtivo convencional enquanto Campo Grande foi construída pelo método de linha de centro e está erroneamente classificada como a montante pela Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM)”.