Vale: acionistas minoritários pedem demissão da diretoria executiva

Acionistas minoritários querem que o conselho administrativo da Vale seja afastado.

O grupo reúne dez acionistas minoritários da Vale e inclui organizações não governamentais e moradores da região de Brumadinho, Minas Gerais. Além disso, o grupo também deseja a convocação de uma assembleia extraordinária para a “reparação integral das violações de direitos e dos danos ambientais causados” pelo rompimento da barragem na Mina do Feijão.

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O advogado e membro da ONG Articulação dos Atingidos pela Vale, Danilo Chammas, disse em entrevista coletiva que “esses administradores da empresa são incompetentes, não conseguiram evitar o desastre mesmo sabendo dos problemas. O afastamento da diretoria é necessário para que sejam revelados aos acionistas onde a empresa falhou e o que fará para que isso não se repita”, afirmou Chammas.

No pedido feito à Vale, a ONG afirma que a permanência dos diretores afetam as investigações. “É evidente que a manutenção dos diretores executivos em seus cargos, a cada dia que passa, compromete uma investigação isenta e profunda sobre os fatos, na medida em que essas pessoas tenderão a evitar ao máximo que a responsabilização sobre a tragédia recaia sobre eles mesmos”, citando ainda perda de R$ 71 bilhões no valor mercado nas cotações do Ibovespa, ocorrida em 28 de janeiro.

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Para os acionistas, a atual diretoria tomou posse com a intensão de evitar que novos desastres acontecessem. “Entendemos que a diretoria executiva que está à frente da companhia demonstrou não ter tomado as medidas necessárias para evitar uma nova tragédia decorrente do rompimento de uma barragem de rejeitos, contrariando a promessa feita quando da posse do diretor-presidente”.

A integrante do Movimento de Águas e Serras de Brumadinho, Carolina de Moura Campo, acrescenta ainda que a empresa não cumpre com os requisitos mínimos de cuidado com o meio-ambiente. A ONG surgiu ainda 2009 para denunciar a água barrenta que chegava nas casas dos moradores locais.

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“A Vale viola direitos humanos, desrespeita a comunidade e atua com falta de transparência. Nas assembleias anuais dos acionistas, nossas colocações não foram levadas a sério. Existe um notório conflito entre Vale e moradores”, disse Carolina na entrevista coletiva.

Renan Dantas

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