Brumadinho: Vale nega ‘qualquer provisão’ relacionada a pagamento de investidores dos EUA
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta sexta-feira (7), a Vale (VALE3) informou que não houve “qualquer provisão ou estimativa de valores relacionados a reclamações de investidores estrangeiros acerca do desastre de Brumadinho”.
Os esclarecimentos apresentados pela Vale estão relacionados a uma reportagem publicada pela “Veja”, que afirma que a mineradora “perderá bilhões de dólares para investidores americanos”.
A linha fina da matéria da revista, que está no site do veículo, diz que a Vale “estima gastar R$ 2,8 bi de reais em indenizações a famílias de vítimas e um valor sete vezes maior com estrangeiros lesados”.
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“As complaints de investidores estrangeiros foram consolidadas em uma única class action, da qual o escritório Pomerantz LLP, citado na matéria desistiu de participar”, informou a Vale.
A mineradora afirma que “entende não haver mérito na ação e se defenderá no momento e forma adequados”.
Pagamento da Vale à União por Brumadinho
A Vale pagou R$ 13,8 milhões à União, ao final de janeiro, como forma de ressarcir os gastos públicos com o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em janeiro do ano passado. A informação foi divulgada pela Advocacia Geral da União (AGU).
De acordo com a AGU, o valor pago pela Vale considera as despesas registradas por órgãos públicos ao longo de 2019. A mineradora iniciou o pagamento em dezembro do ano passado, um mês após a disponibilização dos dados consolidados referentes ao montante a ser pago pela empresa. O valor integral foi quitado no dia 17 de janeiro.
O montante envolve as despesas dos nove ministérios envolvidos no caso de Brumadinho, além de quatro autarquias, sendo elas:
- Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio);
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA);
- Agência Nacional de Águas (ANA);
- Agência Nacional de Mineração (ANM).
“São todos custos extraordinários que não teriam existido se não fosse o rompimento da barragem”, informou o órgão, em nota.
O advogado da União, Daniel Pais, informou que o montante pago pela mineradora não significa uma quitação geral com os cofres públicos. Segundo Pais, a AGU fará novas cobranças para a Vale caso outros gastos sejam verificados.