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MPF tenta prender diretor da Vale por tragédia em Brumadinho

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Área afetada pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. (divulgação)

O Ministério Público Federal (MPF) tentou prender o diretor de Ferrosos e Carvão da Vale (VALE3), Peter Poppinga. De acordo com a “Folha de S. Paulo”, o MPF alegou risco à ordem pública e de fuga do Brasil.

O pedido de prisão preventiva foi feito no dia 1º deste mês, mas estava distante do conhecimento público. Esta foi a primeira ação contra um executivo do alto escalão da Vale, após o rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro.

O pedido foi negado pelo juiz Eduardo Henrique Lauar Filho, e a Procuradoria está recorrendo. Lauar Filho disse que as razões do rompimento ainda são desconhecidas, e o princípio de presunção de inocência deve ser preservado.

Até o momento da publicação, a Defesa Civil de Minas Gerais havia confirmado:

Ainda no pedido de prisão preventiva, os procuradores argumentaram que o diretor tem nacionalidade alemã e poderia fugir do país.

Os procuradores também pediram que a Justiça determinasse o afastamento de Peter Poppinga da Vale, e o proibisse de deixar o Brasil, o que também foi negado.

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Desastre de Mariana

Em outra frente, o Ministério Público Federal (MPF) enfrenta dificuldades na ação penal alinhada ao rompimento da barragem da Samarco, em Mariana. A maior tragédia socioambiental brasileira deixou 19 mortos em 2015.

A Samarco é uma  joint-venture (empresa conjunta) da Vale com a BHP Billiton. Cada uma detém 50% de participação na companhia.

Do total de 22 denunciados por homicídio, lesões corporais e inundação, dois conseguiram se livrar de acusações. Então, seis entraram com pedidos semelhantes.

Peter Poppinga também é um dos denunciados no caso de Mariana, como representante da Vale no Conselho de Administração da Samarco. No período, ele já era diretor de Ferrosos e Carvão da Vale.

No caso da tragédia de Mariana, a liberdade de Poppinga “tem o potencial de permitir estratégias empresariais nocivas à sociedade brasileira e ao ambiente”. A Promotoria sustenta que o executivo teve acesso a alertas sobre o risco de rompimento da barragem de Fundão.

O conselho teria determinado à direção da Samarco para que concentrasse as energias na redução de custos e no pagamento de dividendos aos acionistas. No total, foram distribuídos R$ 2,8 bilhões em 2015.

Para a força-tarefa, “Poppinga e outros réus se omitiram consciente e voluntariamente diante de riscos proibidos, insistindo na operação da barragem em ritmo acelerado, bem como na redução de custos”.

Saiba mais – Brumadinho: Vale assina acordo parcial para despesas de vítimas 

O que diz a Vale

Por meio de nota, a Vale afirmou julgar “absolutamente acertada” a decisão de negar a prisão do diretor. E que “tem convicção de que seus empregados não agiram com dolo”.

“Como registrado na decisão [do juiz Lauar Filho], do dia 6 de fevereiro, são medidas absolutamente desnecessárias e infundadas”, disse a mineradora.

Em complemento, a companhia também declarou que contribui com as investigações e tem apresentado todas as informações solicitadas pelas autoridades.

Até o momento, 11 empregados da Vale foram presos pela tragédia de Brumadinho. Destes, três já estão em liberdade. Nenhum dos preços é do no nível de diretoria.

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