O volume de embarque de minério de ferro do Brasil em março caiu 25,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda é reflexo do corte da produção Vale.
No mês passado, o volume de minério de ferro ficou em 22,18 milhões de toneladas, o menor número em seis meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (1) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Na semana passada, a Vale informou que irá vender até 75 milhões de toneladas a menos do que o projetado.
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Após o rompimento da barragem Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, a Vale teve várias operações suspensas pela Justiça. A paralisação na mina de Brucutu, por exemplo, pode custar à mineradora perda de 30 milhões de toneladas de minério de ferro.
A Vale responde pela maioria da produção do minério exportado pelo Brasil. Por sua vez, o ferro é um dos principais produtos de exportação do País. Contudo, a perda foi minimizada pela alta dos valores de venda. O preço do minério exportado teve elevação de 11,6% em comparação com o ano passado, valendo US$ 62,5 por tonelada.
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A empresa previa produzir 400 milhões de toneladas de minério de ferro este ano, mais quase um quarto desse montante está atualmente paralisado por causa de ordens judiciais.
A commodity correspondeu a 8,4% das exportações brasileiras em 2018, somando US$ 239,9 bilhões, de acordo com dados da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). O produto, cujas vendas externas atingiram 394,24 milhões de toneladas no último ano, fica atrás apenas da soja e do petróleo.
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Em março a Vale também foi prejudicada pela interdição do terminal portuário de minério de ferro na Ilha da Guaíva, pela Prefeitura de Mangaratiba (RJ) por conta da poluição. Passam pelo terminal cerca de 40 milhões de toneladas ao ano. O porto já retomou as atividades.